Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Alcobaça" - 10/11/2019
O Castelo de Alcobaça localiza-se na freguesia de Alcobaça cidade e concelho de mesmo nome, no distrito de Leiria, em Portugal. Em posição dominante a noroeste sobre a povoação, na margem esquerda do rio Baça, das suas ruínas tem-se uma bela vista sobre a cidade, inclusive o seu famoso mosteiro, os campos envolventes e a serra dos Candeeiros.
A Serra dos Candeeiros é uma elevação do Maciço Calcário Estremenho, com 610 metros de altitude e situa-se nos concelhos de Rio Maior, Alcobaça e Porto de Mós, marcando a fronteira entre o Ribatejo e o Oeste. É conhecida pelas suas impressionantes grutas naturais; aí se situa o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.
Há controvérsias entre os autores acerca da primitiva estrutura defensiva do local, atribuída ora à ocupação visigótica ora à muçulmana da qual uma torre albarrã é testemunha. Embora as lendas locais atribuam a construção do primitivo castelo aos Visigodos, outros autores atribuem a sua edificação aos Muçulmanos, que o terão edificado em posição dominante sobre a vila "(...) dando-lhe o nome de Alcácer-bem-el Abbaci, que era o de uma porta da cidade de Marrocos."
À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, as terras da região de Alcobaça foram tomadas pelas forças de D. Afonso Henriques (1112-1185) por volta de 1148, momento em que terão conquistado esse castelo. As terras foram doadas aos monges da Ordem de Cister em 1153 para que as povoassem e defendessem, ano em que foi fundado o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, formando os "Coutos de Alcobaça", sucessivamente acrescentados por doações régias e outras.
A região foi atacada pelos mouros em 1191 e 1195. Sancho I de Portugal reconquistou a povoação e as suas terras, devolvendo-as aos monges de Cister. A carta de doação de 1191 reza o seguinte: "Em nome da Santa e Indivisa Trindade, Eu, Sancho, por graça de Deus, rei de Portugal e do Algarve, e minha esposa, a rainha D. Dulce, juntamente com os nossos filhos e filhas, fazemos esta carta de doação e de perpétua segurança à casa de Alcobaça e a vós, D. Martinho, abade do mesmo lugar, e a todos os irmãos que aí vivem sob regra, daquele castelo chamado Abenabeci, que para honra de Deus vos damos e concedemos.
Da carta consta ainda que: “para que o possuais perpetuamente, livre de toda a ação real e pacificamente, com todos os seus termos novos e antigos, até aos limites que possam ser tidos como verdadeiros por uma investigação feita por homens dignos do maior crédito e fé.