Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Alcobaça" - 17/11/2019
O castelo, então abandonado e em ruínas, foi entretanto reconstruído pela Ordem de Císter, passando a integrar uma linha avançada da defesa de Lisboa, da qual faziam parte ainda o Castelo de Leiria, o Castelo de Pombal e o Castelo de Óbidos. Com a paz, nestes domínios, os monges se dedicaram à vitivinicultura e à enologia, tornando-se então uma referência gastronómica internacional nos séculos seguintes.
Por volta de 1369 o abade de Alcobaça, D. Frei João de Ornelas, procedeu o reforço da defesa do castelo erguendo uma barbacã, tendo-se ainda reedificado uma torre caída e o troço de muralhas voltado para o Mosteiro. Para custeio destas obras, foi lançada uma finta sobre os moradores.
No século XV, sob o reinado de João I de Portugal (1357-1433), o castelo foi severamente danificado pelo terremoto de 1422, tendo-lhe sido providenciados os reparos necessários no ano de 1424 (torre e muralhas). Um pouco mais tarde, o abade D. Frei Gonçalo Ferreira faz reconstruir a Torre de Menagem (em 1450).
No século XVII, no contexto da Dinastia Filipina têm lugar novas obras de reparo no castelo (em 1627). Nesta fase, a torre destacada a leste passa a ser utilizada como cadeia, conforme Frei Manuel de Figueiredo, função que desempenhará até o terremoto de 1755, quando se arruinou.
Sendo a nomeação dos alcaides do castelo prerrogativa dos abades de Alcobaça, conhecemos que Geraldo Pereira Coutinho, lente de prima e cânones da Universidade de Coimbra foi nomeado como alcaide-mor do castelo, em 10 de Novembro de 1701.
O terremoto de 1755 provocou danos irreparáveis no castelo, que perdeu, desde esta data, a função de alcaidaria, e a torre albarrã, que ruiu, de cárcere, deixando a então Vila de Alcobaça sem prisão, conforme Frei Manuel de Figueiredo.
Na primeira metade do século XIX, sob o reinado de Maria II de Portugal (1826-1828; 1834-1853), já sem função estratégica ou defensiva, extinto o Mosteiro (em 1834), o castelo passou para a posse da Câmara Municipal de Alcobaça que determinou arrasá-lo (em 1838), utilizando-o como pedreira para novas construções da vila.
Até 1855, foram doadas e vendidas milhares de carradas de pedras diversas e cantaria. O castelo foi considerado como extinto nas Atas da Câmara Municipal (em 1854). Em 1925 o terreno do antigo castelo foi adquirido a um particular de Aljubarrota, reaproveitando-se, três anos depois (em 1928), a antiga cisterna para depósito de distribuição de água potável.