Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Sesimbra" - 10/05/2020
O Castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de junho de 1910, publicado no Diário do Governo n.º 136 de 23 de junho. A Zona Especial de Proteção foi definida pela Portaria publicada no Diário do Governo, II Série, n.º 236, de 9 de outubro de 1945, e a Zona "non aedificandi" pela Portaria publicada no Diário do Governo, II Série, n.º 223, de 23 de setembro 1960. A Portaria n.º 62/2010, publicada no Diário da República, II Série, n.º 12, de 19 de janeiro, fixou novas ZEP’s e Zona "non aedificandi", e revogou os diplomas anteriores.
Apenas entre as décadas de 1930 e 1940 é que a ação do poder público se fez sentir, por meio de intervenções de consolidação e restauro a cargo da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. Nova campanha teve lugar em 1965, quando foram executados trabalhos de reparação da muralha em todo o seu perímetro, torreões e alcáçova e coberturas devido a pequenas derrocadas causadas por um temporal à época.
Em 1975, face à documentação existente e através de sondagens arqueológicas, foi possível reconstituir parcialmente as infraestruturas da antiga Casa do Alcaide-mor, que se compunha de dois pisos avantajados e delimitava, ao centro, um pequeno terreiro, adjacente à cisterna, onde se alinhavam dependências complementares (adega, casa da lenha, cavalariça, palheiro, etc.). A parte residencial da alcaidaria era sobrada de madeira, com janelas rasgadas para o exterior. Da última câmara do piso superior, na ala norte, havia serventia para a torre de menagem.
Em 1977 procedeu-se a mudança de todas as ferragens do castelo para o sistema original. A partir da década de 1990 registraram-se diversas intervenções por parte da Câmara Municipal de Sesimbra, com destaque para a iluminação exterior, diversos arranjos no interior e no exterior do conjunto, abastecimento de águas, colocação de gradeamentos, colocação de portas de madeira em todos os vãos de acesso ao interior do Castelo, recuperação de casas de apoio ao lado da Igreja de Santa Maria do Castelo, entre outras.
Em julho de 2005 a Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais elaborou a Carta de Risco do imóvel. Exemplar de arquitetura militar, românico, gótico e maneirista, de implantação rural, isolado no cume de um outeiro, na costa da Arrábida, a 240 metros acima do nível do mar. Apresenta planta irregular orgânica (adaptada ao terreno), alongada no sentido Nordeste-Sudoeste. No extremo nordeste encontra-se a Alcáçova medieval, de planta aproximadamente quadrangular, dominada por duas torres, uma delas a de Menagem, de planta quadrangular, cujo pavimento superior encontra-se coberto por uma abóbada artesoada. No extremo oposto ergue-se uma torre de vigia, também de planta quadrangular.
Na muralha ameada, percorrida por adarve, adossam-se os quatro baluartes seiscentistas (dois a norte e dois a sul) e rasgam-se duas portas: a Porta do Sol, a nordeste, entre cubelos prismáticos, com vestígios de uma barbacã defensiva; e a Porta da Azóia, a noroeste, rasgada a seguir a uma reentrância da muralha e reforçada por cubelo prismático, antecedida por barbacã com porta em arco redondo.
No interior do circuito muralhado subsistem a Igreja de Nossa Senhora do Castelo (erguida em 1160 e restaurada em 1721) e os restos da Casa da Câmara, junto a uma das cisternas. Abrem-se ainda 2 cisternas e 16 silos.