Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Torres Novas" - 19/07/2020
O “Castelo de Torres Novas” localiza-se na freguesia de União das Freguesias de Torres Novas (Santa Maria, Salvador e Santiago), concelho de Torres Novas, distrito de Santarém, em Portugal. “Ex-líbris” da povoação, em posição dominante sobre a vila, à margem direita do rio Almonda, afluente da margem direita do rio Tejo, integrou a chamada "Linha do Tejo".
A primitiva ocupação humana do sítio de Torres Novas não é consensual. Alguns autores defendem que os gregos aqui teriam fundado uma “torre”, a que chamaram “Neupergama” (“Nova Torre”). Esta viria a ser destruída pelos romanos e reedificada pelos cartagineses, que passaram a denominá-la “Kaispergama” (“torre queimada”).
O rio Almonda, entretanto, durante a ocupação romana foi designado por “Alius-Munda”, ou “Alio-Monda” (“o outro ‘Monda’”, como então designavam o rio Mondego), e a povoação como “Nova Augusta”. Rodrigo Méndez Silva, na sua "Poblacion General de España" (Madrid, 1645.), atribuiu a fundação de Torre Novas aos Galo-Celtas, no ano 308 a.C.
A julgar pelos vestígios arqueológicos da presença romana na região, é plausível admitir uma ocupação militar do outeiro, controlando a via que comunicava Conímbriga a “Olisipo” (Lisboa). Mais recentemente aqui vieram à luz as ruínas de uma povoação romana, a “Vila Cardilium”.
É certo que aqui existia uma povoação muçulmana cuja posse, no contexto da Reconquista cristã da região, oscilou ao sabor dos avanços e recuos da linha fronteiriça. Embora se acredite que uma conquista cristã inicial remonte a 1135, perdida em 1137, no contexto da fundação e primeira destruição de Leiria, as fontes documentais são acordes em que “Turris” foi definitivamente conquistada pelas forças de Afonso I de Portugal em 1148.
Na sequência das conquistas de Santarém e Lisboa, no ano anterior. Séculos mais tarde, o feito foi assim descrito no livro Monarquia Lusitana de Frei António Brandão, de 1632: “Ganharão-se as Villas de Abrãtes e Torres Novas, ambas muyto fortes em o sitio, fermeza de muros e castellos”.
Admite-se que o soberano ter-lhe-á promovido reforços nas defesas, ou mesmo iniciado a reconstrução do castelo, quando a povoação terá acrescida à sua toponímia a designação "Novas", distinguindo-a povoação da homônima no distrito de Lisboa, que passou a ser conhecida como Torres "Velhas" (Torres Vedras). Desse modo, embora figure como "Torres" em documento de 1159, no testamento do soberano, datado de 1179, já figura como "Torres Novas".