Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Torres Novas" - 09/08/2020
O castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de junho de 1910, publicado no Diário do Governo, I Série, n.º 136, de 23 de junho. As muralhas "com todos seus pertences do antigo castelo dessa vila, cujo recinto já lhe havia sido cedido para servir de cemitério" foram cedidas à Câmara Municipal de Torres Novas pelo Ministério da Guerra que continuou a ser o legítimo proprietário do castelo segundo as condições estipuladas pela Inspeção Geral de Fortificações e Obras Militares (19 de março de 1923).
A Câmara comprometia-se, segundo este contrato a: sempre que executasse obras de conservação e reparação, que estas fossem fiscalizadas pela referida Inspeção Geral; não dispor do espaço para qualquer fim sem ser autorizada pelo Ministério da Guerra; prover a guarda do castelo como monumento militar.
Em escavações efetuadas em terrenos anexos ao castelo foi encontrada uma celada de peão do século XII, peça que figurou com destaque na Exposição do Mundo Português (em 1940) e que se encontra atualmente no Museu Municipal Carlos Reis. O imóvel encontra-se afeto à Câmara Municipal de Torres Novas, por auto de cessão de 26 de novembro de 1945.
Datam desse período as iniciativas de intervenção de conservação e restauro empreendidas pela Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) que se estenderam inicialmente de 1940 a 1946. Neste último ano (1946) procedeu-se ainda ao levantamento gráfico do castelo pelo arquiteto Fernando Augusto Peres Guimarães e registrou-se um pedido de autorização pelo Instituto Geográfico e Cadastral, para instalar um marco geodésico sobre uma das ameias.
Um troço de muro no lado sul do castelo sofreu derrocada em janeiro de 1955, sendo reconstruído no mesmo ano. No ano seguinte registrou-se um desabamento de terras na base do castelo, do lado norte, descarnando as fundações da muralha e de uma torre. Em 1958 tiveram lugar obras de conservação nos muros do castelo, a colocação de drenos e a plantação de arbustos, a que se seguiu, no ano seguinte a consolidação de um troço da muralha.
No contexto das Comemorações em 1960, do V Centenário da morte do Infante Dom Henrique procedeu-se naquele ano à colocação de um monumento comemorativo na zona de proteção do Castelo. Novas intervenções tiveram lugar em 1963 (conservação e consolidação das muralhas) e em 1971 (restauro das casas do alcaide e adaptação das mesmas a salão de chá).