Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Torres Novas" - 16/08/2020
Em novembro de 2005 a Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais procedeu à elaboração da Carta de Risco do imóvel. No biênio de 2005-2006, a Câmara Municipal promoveu um novo projeto de recuperação física e paisagística do monumento e seu entorno, visando dotar a cidade de uma área de lazer valorizando o seu elemento histórico e patrimonial mais importante. O projeto contemplou a construção de circuitos pedonais, ajardinamento e reflorestamento, iluminação, entre outras intervenções.
Em meados de 2011 teve início a recuperação da muralha fernandina, no âmbito do programa de ação "Regeneração Urbana do Centro Histórico de Torres Novas". Ao custo de 308 mil euros, a intervenção passou pela limpeza da muralha, nomeadamente a remoção de vegetação, enchimento das juntas entre as pedras e reconstrução nos pontos em que se encontrava degradada. Os trabalhos principiaram pelo troço entre os Paços do Concelho e a Igreja do Salvador.
Entre fevereiro e março de 2012 o castelo esteve fechado ao público, em virtude de obras de remodelação do seu interior, intervenção também no âmbito do programa de ação “Regeneração Urbana do Centro Histórico de Torres Novas”. O espaço, hoje ajardinado, encontra-se aberto à visitação pública.
Exemplar de arquitetura militar, gótica, de enquadramento urbano, no topo de uma colina rodeada pelo rio Almonda, e de difícil acesso pelos lados norte e oeste. Os vestígios da cerca estão integrados na povoação, servindo de muros de logradouros ou de muros de suporte a habitações e uma torre da cerca serve de miradouro, nas proximidades da igreja do Salvador.
O castelo apresenta planta poligonal, escudiforme, com 10 torres de planta quadrangular, adossadas ao pano exterior da muralha. As muralhas são retilíneas, com adarve envolvente, reforçadas por cubelos prismáticos, com merlões quadrangulares em remate, assentes em afloramentos rochosos a noroeste e a oeste, envolvidos por barbacã a norte, leste e sudoeste.
O acesso principal faz-se pelo lado sul através de túnel rasgado sob as antigas casas do alcaide, ladeado pelo pano de uma torre nunca reconstruída. Uma segunda porta rasga-se do lado leste, existindo ainda outra porta entaipada na face interna da cortina do mesmo lado. A porta da traição rasga-se numa das torres viradas a norte, com acesso para o recinto por túnel abobadado, normalmente considerada como a Torre de Menagem.