Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Arnóia" - 06/09/2020
No alvorecer do século XV, Dom João I doou o senhorio de Celorico de Basto e seu castelo a Gil Vasques da Cunha (em 1402), o que denota a importância e tradição dessa família na região. No século seguinte, Dom Manuel I (1495-1521) concedeu foral a Celorico de Basto (em 29 de março de 1520), estabelecendo a sede do Concelho em Arnóia, lugar do castelo.
No contexto da Dinastia Filipina, no século XVII, a alcaidaria era exercida pela família dos Castros. Segundo se afirma, devido ao grande isolamento da vila, o rei Dom João V (1706-1750) determinou a mudança da sede do Concelho de Arnóia para o lugar de Freixieiro em Britelo, doravante denominado Vila Nova do Freixieiro, hoje Celorico de Basto desde 21 de Abril de 1719. A mudança acelerou o processo de decadência de Arnóia.
Em meados do século XX, o Castelo de Arnóia foi classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 15 de março de 1946. Em nossos dias, afeto ao Instituto Português do Património Arquitetônico (IPPAR), que lhe concluiu obras de consolidação e restauro, o Monumento reabriu ao público desde janeiro de 2004.
Castelo de reduzidas proporções, apresenta planta poligonal irregular orgânica (adaptada à conformação do terreno). Para a sua construção foram procedidos trabalhos de desaterro, visando dificultar-lhe o acesso. As muralhas, em cantaria de granito, são percorridas por um adarve e reforçadas a Norte por um sólido cubelo.
No setor Sul, rasga-se o portão de entrada com portal de verga reta, precedido por uma escadaria de acesso e defendido pela Torre de Menagem, de planta quadrangular. A porta desta, voltada para a Praça de Armas, abre-se a cerca de três metros do solo. É acedida por uma escada externa, construída na década de 1970.
O interior divide-se em três pavimentos (o inferior como cave e os dois superiores assoalhados) e o acesso ao telhado de quatro águas é feito, por sua vez, através de uma escada interna. O topo da torre é rematado por merlões.
Ao centro da praça de armas, delimitada pelas muralhas, abre-se a cisterna do castelo. No exterior, na encosta a Norte, localiza-se a antiga forca, inscrita em um trecho de mata de pinheiros e de carvalhos. Tanto esta, como o Pelourinho, foram restaurados na década de 1960.