Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Lamego" - 13/09/2020
O Castelo de Lamego, no Ribadouro, localiza-se na freguesia de Almacave, cidade e concelho de Lamego, distrito de Viseu em Portugal. Castelo originalmente de montanha, atualmente os seus dois panos de muralha, interna e externa, inserem-se na malha urbana. Ex-libris da cidade, do alto de seus muros podem-se avistar as águas dos rios Coura, Balsemão e Varosa.
A primitiva ocupação humana do sítio de Lamego remonta a um castro pré-histórico, embora alguns autores considerem que aqui teria habitado o povo de Lacão (século V a.C.), conquistado pelo Império Romano. Quando da Invasão romana da Península Ibérica, o imperador Trajano teria ordenado a reconstrução do povoado, então denominado de Lameca, passando de simples villa a civitas por volta do século IV, período em que já conheceria o cristianismo.
Entre o século V e o século VIII esteve no domínio dos Visigodos, quando a povoação foi sede de bispado, da qual é testemunha a Basílica de São Pedro de Balsemão, erguida entre os séculos VI e VII, em estilo visigótico. A partir do século VIII a povoação conheceu o domínio Muçulmano.
À época da Reconquista cristã da península, a povoação foi inicialmente tomada por Ordonho II da Galiza (em 910). Posteriormente seria reconquistada (em 997) pelas forças do hájibe Almançor, que a manteria até ao século XI. Foi tomada com dificuldade por Fernando Magno aos muçulmanos (em 29 de Novembro de 1057), o que demonstra o valor da sua fortificação à época.
Os domínios da povoação e seu castelo foram doados como dote a Dona Teresa de Leão quando do seu casamento com Dom Henrique de Borgonha, passando a integrar os domínios do Condado Portucalense. Com a independência de Portugal, foram doados aos Mendes, senhores de Bragança. Na campanha construtiva que se desenvolveu na segunda metade do século XII, à qual devemos a torre de menagem e a alcáçova, foram mantidas as muralhas, desprovidas de ameias, e a cisterna, erigidas pelos muçulmanos no século XI.
No reinado de Dom Sancho II, Abril Peres de Lumiares foi alcaide do castelo até 1245. Acredita-se que a partir das Inquirições de 1258, sob o reinado de Dom Afonso III, tenha tido lugar a ereção da cerca da vila. Nos séculos XIV e XV a vila prosperou graças à manufatura de tecidos, com uma feira anual de expressão regional.
Nesse período foram alcaides do castelo os Coutinhos, entre os quais se notabilizou Gonçalo Vasques Coutinho, alcaide também do Castelo de Trancoso, que durante a crise de 1383-1385, tomou partido pelo Mestre de Avis. Ao final do período, Dom Francisco Coutinho, 4° conde de Marialva, fez rasgar a meio da torre, uma janela de assento.