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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Lamego" - 27/09/2020

O conjunto era acessado por duas portas: a Porta do Sol, a sul, e a Porta da Vila (Porta dos Figos, do Aguião, do Norte ou dos Fogos), a norte, flanqueada por dois cubelos, um de planta quadrada e outro, circular. A torre de menagem, de planta quadrangular, descentrada a oeste na praça de armas, divide-se internamente em três pavimentos, com pisos e escadas de madeira, iluminada por frestas, algumas das quais transformadas em janelas ao final do século XVI.

Era originalmente acedida por porta elevada a cerca de 2 metros acima do solo. Atualmente existe porta ao nível do pavimento térreo. É encimada por ameias. Extra-muros ergue-se a antiga cisterna de pedra lavrada, com as dimensões aproximadas de vinte metros de comprimento por dez de largura. O teto é abobadado com ogiva nervada sustentadas por quatro arcos apoiados em pilares. Acredita-se que seja um dos exemplares mais bem conservados no país.

Como a maioria dos castelos portugueses, o Castelo de Lamego também tem uma lenda que compõe o folclore da região. É a lenda da moura Ardínia. Ao tempo do domínio muçulmano em Lamego, vivia no castelo uma princesa moura, de nome Ardínia, filha do governante, que se enamorou de um cavaleiro cristão, Tedom Ramires.

Tendo combinado ambos o casamento e a fuga para terras cristãs, assim o fizeram. O pai da jovem, entretanto, logrou alcançá-la na ermida de São Pedro, junto ao rio Távora, quando a jovem acabara de se converter à fé cristã, sendo pelo próprio pai afogada nas águas desse rio. O cavaleiro enamorado, ao saber destas novas, fez voto de nunca se casar, vindo a ser morto em combate com os muçulmanos, junto ao rio Tedo, que por isso tomou o seu nome.

Uma outra versão refere que, à mesma época, era senhor do castelo um rei mouro de nome Alboacém, pai de uma linda princesa de nome Ardínia. A beleza da jovem era tal que seduziu imediatamente o cavaleiro cristão Tedon, bisneto de Ramiro II de Leão, quando um dia, disfarçado, veio a Lamego. O primeiro encontro entre Tedon e Ardínia aconteceu no laranjal do castelo numa noite de luar.

Com o suceder dos encontros secretos, a paixão proibida entre os dois jovens aumentou a ponto de decidirem fugir para o convento de São Pedro das Águias, onde o Abade Gelásio os casou. O pai da princesa, entretanto, ciente da fuga, procurou-a por toda a parte, vindo a encontrá-la refugiada naquele convento, onde a matou. Até hoje se afirma na região que, quando o castelo é envolvido pelo nevoeiro no Inverno, a alma da princesa esvoaça sobre ele.