Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Évora Monte" - 11/10/2020
Em 1512 Dom Jaime, 4.º duque de Bragança, refugiou-se na torre de menagem do castelo de Évora Monte, de acordo com a lenda por receio de castigo ou prisão régia, após ter assassinado a sua esposa no Paço de Vila Viçosa por desconfiança de infidelidade. De acordo com a história oficial o conde aqui teria feito o seu retiro para chorar a morte da esposa.
No ano seguinte (em 1513) forças portuguesas sob o comando do duque conquistam as praças marroquinas de Azamor e Mazagão, locais onde o duque poderá ter travado conhecimento com os trabalhos de arquitetura militar dos irmãos Diogo e Francisco de Arruda, mestres das obras de fortificação das praças conquistadas.
Entre 1525 e 1531 foram construídos os torreões cilíndricos artilheiros da cerca segundo traça atribuída a Francisco de Arruda. Em fevereiro de 1531 um forte terremoto acarretou a ruína das muralhas, torre de menagem bastiões e cubelos da cerca. João III de Portugal ordenou a sua reconstrução e o levantamento e restauro das estruturas defensivas consideradas necessárias.
Desta tarefa encarregar-se-á Dom Jaime I, Duque de Bragança no mesmo ano, que também deu início às obras de um novo paço, de inspiração renascentista italiana, considerando o emprego das armas de fogo, no lugar da antiga torre de menagem. Com a sua morte (em 1532) os trabalhos de reconstrução das defesas e as obras do paço prosseguiram e foram concluídos por Dom Teodósio I, filho que o sucedeu no ducado.
No contexto da Guerra da Restauração de Independência Portuguesa (1640-1668), uma pequena força do exército de Dom Juan de Áustria, prestes a assaltar Évora, exigiu a rendição de Évora Monte (13 de maio de 1663), sem consequências.O terremoto de 1 de novembro de 1755 provocou a queda de algumas pedras do paço, para o que contribuiu ainda o avançado estado de degradação da estrutura.
No contexto da Guerra Peninsular (1808-1814) em 1808 Évora Monte foi integrada na Junta de Estremoz, em conjunto com Vila Viçosa, Borba, Terena, Veiros, Arraiolos, Vimieiro, Sousel, Avis e Fronteira, na defesa contra as invasões napoleônicas. A 31 de julho desse mesmo ano (de 1808) registrou-se a passagem, por Évora Monte, das tropas francesas sob o comando do general Louis Henri Loison, o “Maneta”, a caminho de Évora com o intuito de atacar aquela cidade.
O padre João Baptista da Guerra, nomeado guarda-mor da saúde de Évora Monte, decidiu obstruir todas as portas da vila, à exceção da Porta do Sol, como medida de prevenção do alastramento de uma peste que surgira na Espanha (5 de novembro de 1819).
Durante a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) Évora Monte foi ocupada pelas forças liberais sob o comando do duque de Saldanha (25 de maio de 1834), no contexto do cerco às tropas absolutistas em Évora, imposto pelas forças liberais estabelecidas em Estremoz e Montemor-o-Novo.