Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Évora Monte" - 18/10/2020
No dia 26 de maio de 1834, foi assinada na residência do então presidente da Câmara Municipal, José António Saramago, pelo duque da Terceira e o duque de Saldanha pelo lado Liberal, e pelo general Azevedo Lemos pelo lado Absolutista, a Convenção de Évora Monte, que colocou termo a Guerra Civil Portuguesa. Em fins do século XIX foi instalado o vértice geodésico sobre a cúpula que cobre a porta de acesso ao terraço.
O “Castelo de Evoramonte ou Évora Monte / Castelo e cerca urbana de Evoramonte” encontram-se classificados como Monumento Nacional por Decreto de 16 de junho de 1910, publicado no Diário do Governo n.º 136, de 23 de junho. A ZEP e a Zona "non aedificandi" encontram-se definidos por Portaria de 28 de junho de 1948, publicada no Diário do Governo, II Série, n.º 170, de 23 de julho.
As intervenções de restauro no monumento tiveram início na década de 1930. O Ministério da Guerra enviou em 18 de outubro de 1934 um primeiro alerta à Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) sobre a necessidade urgente de obras na "torre de menagem" de Évora Monte, por parte da Secretaria da Guerra.
A Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) aprovou o início de obras de restauro a 27 de fevereiro do ano seguinte (1935). Em 1937 tiveram lugar obras de restauro a nível da reconstrução das muralhas oeste e sul perto das portas, de dois torreões cilíndricos do paço, abóbadas e ameias, assento do pavimento em tijolo, portas interiores e exteriores, ferragens, janelas e grades, construção de ameias no corpo principal e cubelos, restauro dos torreões e consolidação de paramentos.
No mesmo ano (1937), a 15 de junho, foi formulada proposta de entrega do castelo por parte do Ministério da Guerra à Direção Geral da Fazenda Pública, por falta de utilização militar e, a 3 de agosto, proposta de obras de consolidação e reconstrução e sugestão de adaptação a Casa do Povo e residência do guarda. Em 6 de outubro de 1939, foi formulada proposta para adaptação do paço a museu regional.
O vértice geodésico foi demolido em 1942 por risco de ruína da abóbada sobre a qual estava implantado, causando inquietações nos Serviços Cartográficos do Exército. Nesse mesmo ano de 1942, mais precisamente a 4 de junho, foram iniciadas obras de restauro a nível da consolidação geral, assento de degraus de escada em caracol em xisto, abóbadas e pavimento em tijolo. Os trabalhos de restauro prosseguiram, com interrupções pontuais por esgotamento de verbas, ao longo do restante da década.
No dia 10 de julho de 1951 realizou-se a cerimônia de entrega das chaves do paço ao presidente da Junta de Freguesia de Évora Monte. Novas intervenções de conservação e restauro tiveram lugar no ano de 1964, mesmo ano em que foi aventada a sugestão de criação de um museu militar e guarda de documentos relacionados com a história da vila no paço de Évora Monte.
Em 1969 registrou-se o desabamento de um dos torreões da muralha leste, datando de 28 de agosto desse mesmo ano o auto de vistoria e medição da reconstrução urgente do torreão e da seção de muralha vizinha que ruíram, com a remoção de alvenarias desligadas e a aplicação de alvenaria hidráulica nos panos de muralha.