Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Évora Monte" - 25/10/2020
Em 1970 os visitantes do paço eram recebidos pela família residente na denominada Casa da Convenção que detinha a chave. No ano seguinte (1971) nova intervenção de conservação e restauro teve lugar no monumento. O então Presidente da República, almirante Américo Tomás, visitou a vila e o paço do castelo em 7 de outubro de 1973.
Um projeto de intervenção global teve lugar na década de 1980. Neste período destacou-se em 1987 uma crítica pública, expressa em carta à Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais e em material periódico por parte dos "Amigos do Castelo de Évora Monte" ao arquiteto Rui Couto, então responsável pelos trabalhos de restauro do Castelo de Évora Monte, devido à utilização de materiais diferentes dos originais e considerados antiestéticos. Durante algum tempo o paço esteve fechado ao público.
O imóvel foi afeto ao Instituto Português do Patrimônio Arquitetônico (IPPAR) pelo Decreto-lei n.º 106F/92, publicado no Diário da Republica, 1.ª série A, n.º 126 de 1 de junho de 1992. Encontra-se afeto à Direção Regional da Cultura do Alentejo pela Portaria n.º 1130/2007, publicada no Diário da República, 2.ª série, n.º 245, de 20 de dezembro de 2007 (Portaria n.º 829/2009, publicada no Diário da República, 2.ª. Série, nº 163 de 24 de agosto de 2009).
Em fevereiro de 2006 tiveram início as comemorações dos 700 anos do castelo. Em nosso dias, na cerca da vila subsistem as suas quatro portas dionisiana originais: a Porta do Freixo, com o seu arco gótico e ladeada por dois torreões cilíndricos, ostenta a inscrição que se refere ao início da construção da cerca; a Porta do Sol, semelhante à do Freixo, mas a oeste; a Porta de São Brás, voltada para a ermida com o mesmo nome e que ainda tem os seus munhões (encaixes para o eixo de um canhão); e a Porta de São Sebastião, que dá acesso direto à estrada que nos leva à Ermida de São Sebastião.
Em nossos dias, na Torre / Paço do Castelo encontra-se instalada uma loja de apoio ao visitante. O castelo de Évora Monte é um exemplar de arquitetura militar e residencial, gótico e renascentista, de enquadramento urbano, a 474 metros acima do nível do mar. O conjunto é composto por castelo conjugando função de paço senhorial da fase de transição, e cerca urbana medieval e da fase de transição, estando integrado no contexto das intervenções feitas nos territórios pertencentes à casa de Bragança na época manuelina, constituindo um exemplo de adaptação à piro balística, a par com o Castelo de Vila Viçosa.
Apresenta desenho característico dos irmãos Diogo e Francisco de Arruda, tanto em termos da ornamentação manuelina, como nas características da fortificação de transição. Revela algumas afinidades com os bastiões da fortaleza francesa de Salsses (séculos XV e XVI), da torre de menagem do Castelo de Vincennes (século XIV e do Castelo de Rambures (séculos XIV e XV).