Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Aljezur" - 04/04/2021
Em 21 de Novembro de 1996 a Câmara Municipal de Aljezur emitiu o anúncio para a abertura de um concurso público, relativo ao Projeto de Reconstrução, Conservação, Consolidação e Utilização do Castelo de Aljezur, e em 29 de Setembro de 1998 a autarquia fez a apresentação pública do estudo prévio para aquele programa.
Em 1988, o Castelo de Aljezur foi alvo de trabalhos de prospecção, no âmbito de um programa de levantamento arqueológico dos concelhos de Aljezur e Monchique. Também na Década de 1980, foram feitas obras de restauro no castelo, incluindo nas muralhas, onde foi montado um muro de contenção para prevenir o desagregamento das ruínas da estrutura medieval.
Na década de 1990, o Castelo foi novamente alvo de pesquisas arqueológicas, tendo sido encontrados vestígios das Idades do Bronze e do Ferro, e dos períodos romano e islâmico. Estas pesquisas foram feitas pela Unidade de Arqueologia do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, em parceria com a Câmara Municipal de Aljezur.
Em 2004, foram feitas sondagens no castelo de forma a identificar o antigo traçado da muralha, para posteriormente se proceder à sua reconstrução parcial. No decorrer destes trabalhos foi desenterrado o limite inferior da muralha junto à torre Sul, e descobriu-se que a muralha que tinha sido restaurada na Década de 1980 estava deslocada do pano medieval, em direção ao exterior, não tendo sido respeitadas as plantas e as técnicas construtivas primitivas.
Em 2005 foram feitos trabalhos de acompanhamento arqueológico, na sequência da adjudicação da obra Estabilização e contenção do talude sob as fundações das muralhas do castelo de Aljezur pelo Instituto Português do Patrimônio Arquitetônico. Foram encontrados vestígios de um possível pavimento, que pode indicar a presença de níveis habitacionais fora das muralhas, e um interior habitacional com lareira onde foram recolhidos dois Dirhams de prata, pelo que terá sido ocupado durante o período islâmico.
Foram igualmente encontrados vestígios de um derrube de blocos argamassados, possivelmente da fase final do domínio muçulmano antes da reconquista. Em 2008 foi intervencionada a zona da entrada do castelo, de forma a minimizar os impactos do programa de Reabilitação das Estruturas Arqueológicas do Castelo de Aljezur, e ao mesmo tempo identificar as diversas épocas de ocupação naquele local.
Em 5 de Dezembro de 2007, a Direção Regional de Cultura do Algarve lançou uma proposta para a Zona de Especial Proteção do castelo, que foi aprovada em 1 de Outubro de 2008 pelo conselho consultivo do Instituto de Gestão do Patrimônio Arquitetônico e Arqueológico, e homologada pela Ministra da Cultura por um despacho de 29 de Novembro de 2009.
Entre 2007 e 2008 foi realizada a empreitada Proteção das Estruturas Arqueológicas e consolidação do Castelo de Aljezur, e em 2010 foi instalada sinalética no monumento. Em 2013, estiveram planeadas duas intervenções no Castelo, sendo a primeira a realização de obras de consolidação na torre Sul e na cisterna, e de arranjo paisagístico, enquanto que a segunda, que fazia parte do programa POLIS, era a musealização do monumento e a instalação de um centro para os visitantes.