Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Aljezur" - 11/04/2021
Em Junho de 2015, o Castelo de Aljezur fez parte do evento de desenho Urban Sketchers, no âmbito do programa DIVAM - Divulgação e Valorização dos Monumentos do Algarve. Em 27 de Agosto de 2016, foi organizado o evento Noites Fantásticas em Castelos Fantásticos, que incluiu várias atividades e animação musical no castelo de Aljezur. Em Novembro 2016, foi divulgado o Orçamento Municipal e Grandes Opções do Plano para 2017 da Câmara Municipal de Aljezur, tendo sido prevista a valorização do Castelo de Aljezur, através da introdução de um leitor de paisagem.
Em Abril de 2017, o interior do castelo passou a estar visível na funcionalidade street view do visualizador online Google Maps, no âmbito da inciativa Google Street View Special Collects, com o apoio da Direção Regional de Cultura do Algarve. Em Maio de 2017, foi realizado o evento O Olhar do Pintor – O monumento como motivo artístico no castelo, sobre formação em pintura.
Em 13 de Abril de 2019, realizou-se no Castelo de Aljezur a cerimônia de assinatura dos protocolos entre a Direção Regional de Cultura do Algarve e as várias entidades participantes, dando início à edição do programa DIVAM. No âmbito deste programa, foi igualmente organizado um evento musical no castelo.
A reconquista do castelo no Século XIII ficou ligada a uma lenda local (A lenda de Mareares), que relata que uma moura terá apoiado os cristãos por amor. Consciente da posição privilegiada do castelo e da cerrada vigilância mantida pelos mouros, Dom Paio Peres Correia, despachou alguns batedores portugueses a sondar o terreno e os hábitos das gentes da povoação, a fim de delinear o seu plano de assalto.
Em campo, estes conseguiram aliciar uma moura de rara beleza, Maria Aires, que lhes informou a prática de um antigo costume dos habitantes da região, de se banharem na praia da Amoreira na madrugada do dia 24 de Junho. De posse desse dado, o Dom Paio dispôs os seus homens de modo a que, na noite de 23 para 24 daquele mês, se ocultassem no vale vizinho ao castelo, hoje conhecido como vale de Dom Sancho, certamente em homenagem ao soberano à época, Sancho II de Portugal.
Camuflados com a vegetação, aguardaram o movimento dos mouros rumo à praia, na madrugada. Tão logo este se iniciou, os cristãos, ainda a coberto pela escuridão, encetaram a aproximação final para o assalto à povoação e castelo desguarnecidos. Neste momento, uma menina, neta de uma velha que havia ficado para trás na povoação, percebendo a movimentação incomum fora de portas, correu a avisar a avó que as moitas estavam a andar.
A velha senhora explicava à neta os efeitos da brisa sobre a vegetação quando de surpresa os cristãos irromperam pelas portas, dominando a senhora que ainda intentou dar o alarme, fazendo soar um sino na torre da cisterna. Senhores do terreno, os portugueses deram então o alarme, atraindo os defensores para uma armadilha mortal, no interior do recinto.
Com a povoação conquistada para as armas de Portugal, Dom Paio, afirma-se que sensibilizado pelos encantos da bela Maria Aires, poupou-lhe a vida e a honra, fazendo-lhe erguer uma casa em local próximo da povoação que ainda hoje, em sua memória, se chama Mareares.