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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Monsanto" - 18/04/2021

O Castelo de Monsanto, na Beira Baixa, localiza-se na freguesia e povoação de Monsanto, concelho de Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco, em Portugal. No topo granítico do monte de Monsanto, à margem direita do rio Pônsul este castelo raiano medieval domina a Aldeia Histórica, conjunto arquitetônico no qual se destacam algumas casas senhoriais brasonadas e templos, como as ruínas da Capela de São Miguel em estilo românico.

Pouco se conhece acerca da primitiva ocupação de seu sítio. Embora tradicionalmente seja remontada a um castro pré-histórico, posteriormente romanizado, além da villa de São Lourenço, no sopé do monte, nenhum outro vestígio corrobora uma ocupação pré-medieval. À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, Dom Afonso Henriques (1112-1185) assenhoreou-se desta região, onde se estabeleceu a fronteira com o Reino de Leão e com o Califado Almôada. Para guardá-la, os domínios de Idanha-a-Velha e Monsanto foram doados aos cavaleiros da Ordem dos Templários com a responsabilidade de os repovoar e defender:

O texto diz o seguinte: "Afonso, notável rei dos Portugueses" (Portugalensis Rex)", filho de Henrique e da Rainha Dona Teresa e neto do grande e ilustríssimo Imperador de Espanha, por nós ao mestre Galdino e a todos os Irmãos da Ordem dos Templários que estão no meu reino, faço uma vasta e fortíssima doação da região da Idanha[-a-Velha] e de Monsanto com os limites: Seguindo o curso da água do rio Erges e entre o meu reino e o de 'Legiones' até entrar no [rio] Tejo e da outra parte seguindo o curso da água do [rio] Zêzere que igualmente entra no Tejo (...)." (Carta de Doação, em 30 de Novembro de 1165.)

É atribuída a este período a construção do Castelo de Monsanto, sob a orientação do Mestre da Ordem, Dom Gualdim Pais, quando teria apresentado uma torre de menagem ao centro da praça de armas, envolvida por muralhas semelhantes às que ainda podemos observar nos Castelo de Almourol, Castelo de Pombal ou Castelo de Tomar, seus contemporâneos.

O fato é que no caso de Monsanto a doação durou pouco, uma vez que o soberano, em 1172, fez doação desses domínios e seu castelo à Ordem de Santiago ("facio cartam donationis de castello meo proprio quad dicitur Mons Sanctus"). O castelo, identificado com a povoação, é novamente referido na Carta de Foral, passada pelo soberano em 1174. Este diploma foi confirmado pelo seu filho e sucessor, Dom Sancho I (1185-1211), e por Dom Afonso II (1211-1223), em 1217.

Atribui-se à ação de Dom Dinis (1279-1325) a reconstrução e ampliação das suas defesas. Com a eclosão da crise de 1383-1385, de acordo com Fernão Lopes, Monsanto foi uma das vilas que manteve o partido de Dona Beatriz. Mais adiante, entretanto, arrola a vila entre as que aderiram ao partido do Mestre de Avis, já em 1384, exaltando lhe a lealdade.