Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Sabugal" - 18/07/2021
O “Castelo do Sabugal”, também referido como “Castelo das Cinco Quinas” devido ao formato incomum de sua torre de menagem, localiza-se na freguesia de União das Freguesias de Sabugal e Aldeia de Santo António, cidade e concelho do Sabugal, no distrito da Guarda, em Portugal. Em posição dominante sobre a povoação, num pequeno planalto da serra da Malcata, controlava a travessia do rio Côa em sua margem direita, de onde a sua importância na Antiguidade e na Idade Média.
Hoje em dia constitui-se em importante ponto turístico da região, integrando, juntamente com os castelos de Alfaiates, Sortelha, Vila do Touro e Vilar Maior, a chamada “Rota dos 5 Castelos”. A primitiva ocupação humana do local remonta à pré-história, aí tendo existido um castro, conforme evidenciam os testemunhos arqueológicos.
Com a invasão romana da península Ibérica foi implantada uma extensa rede de estradas cortando a península, uma delas cruzando o Côa neste trecho. Desse modo, admite-se que aqui terá existido uma pequena guarnição militar para a vigilância e defesa da travessia do rio. A partir do século V terá conhecido o domínio por povos germânicos e, a partir do século VIII por Muçulmanos, ocupações das quais não restaram maiores evidências.
À época da Reconquista cristã da península Ibérica, as terras do Sabugal foram inicialmente conquistadas possivelmente por Afonso I de Portugal (1143-1185) em 1160, vindo a ser perdidas logo após para os Muçulmanos e reconquistadas pelo reino de Leão. Estavam integradas no concelho de Ciudad Rodrigo em 1175, tendo Afonso IX de Leão criado o concelho do Sabugal (1190), outorgado carta de povoação, e mandado edificar o castelo.
Integrante do território de Ribacoa, conquistado a Leão por Dinis I de Portugal (1279-1325), recebeu carta de foral deste soberano português em 1296. Entretanto, a sua posse definitiva para o Reino de Portugal só foi assegurada pelo Tratado de Alcanizes (1297). O soberano, a partir de então, procurou consolidar essas fronteiras, fazendo reedificar o Castelo de Alfaiates, o Castelo de Almeida, o Castelo Bom, o Castelo Melhor, o Castelo Mendo, o Castelo Rodrigo, o Castelo de Pinhel, o Castelo do Sabugal e o Castelo de Vilar Maior.
No Sabugal, os trabalhos de ampliação e reforço da sua defesa casteleira, consistiram no desimpedimento do espaço intramuros onde se erguiam algumas casas da povoação e no reforço da cintura de muralhas que ganharam por dois grandes torreões dominados por uma torre de menagem. As obras, referidas por Rui de Pina na sua "Crónica de Dom Dinis", foram concluídas em 1303, sob a direção de Frei Pedro, do Mosteiro de Alcobaça. Credita-se ainda, a este soberano, o estabelecimento, nestes domínios, de um couto de homiziados, privilégio que visava atrair povoadores. Alguns documentosconfirmam que este privilégio se encontrava em vigor ainda em fins do século XV.