Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Sabugal" - 01/08/2021
No contexto da Guerra Peninsular (1808-1814) o Castelo de Sabugal aquartelou tropas inglesas e portuguesas que deram combate às tropas napoleónicas em retirada, sob o comando do marechal André Masséna em abril de 1811. Finda a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) foi desguarnecido e caiu em abandono.
No século XIX, a lei de 21 de setembro de 1835 proibiu os enterramentos nas igrejas e obrigou à construção de cemitérios municipais levou a que, no Sabugal, a instalação do mesmo fosse feita no recinto do castelo, onde funcionou de 1846 até cerca de 1927. Nesse mesmo período, os habitantes passaram a retirar as pedras das antigas muralhas para reutilizá-las em suas edificações particulares e públicas.
O Castelo do Sabugal e as muralhas da vila encontram-se classificados como Monumento Nacional por Decreto de 16 de junho de 1910, publicado no Diário do Governo, 1º Série, n.º 136, de 23 de junho de 1910, alterado pelo Decreto n.º 38.147, publicado no Diário do Governo, 1º Série, n.º 4, de 5 de janeiro de 1951. A ZEP encontra-se definida pela Portaria publicada no Diário do Governo, 2º Série, n.º 282, de 6 de dezembro de 1949.
Ainda assim, em 1911 procedeu-se a demolição da Igreja de Nossa Senhora do Castelo. No ano seguinte registrou-se o desabamento de um lance de muralha em 1 de julho de 1912. O imóvel passou a estar afeto à Câmara Municipal do Sabugal, por auto de cessão de 28 de julho de 1941.
A partir de então, ao longo da década de 1940, o processo de degradação do monumento foi detido graças à atuação da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), que promoveu extensa campanha de obras de consolidação e reconstrução. Nova campanha de intervenção teve lugar na segunda metade da década de 1960.
Entre 1993 e 1994 teve lugar uma nova campanha de restauro, procurando devolver ao monumento as suas feições originais. Posteriormente, comprovando-se a existência de fissuras nas paredes e a derrocada parcial de elementos de um dos torreões da barbacã e de algumas ameias (1999).
Em 2002 tiveram lugar trabalhos de prospecção arqueológica, a cargo da Câmara Municipal, que trouxeram à luz antigas estruturas e espólio cerâmico, bem como ossadas.
Em 23 de maio de 2003 a Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) lançou um concurso para o restauro e consolidação das muralhas e torres do castelo, assim como a construção de um anfiteatro ao ar livre com as respectivas instalações de apoio. Os trabalhos desenvolveram-se entre 2004 e 2005. Finalmente, em outubro de 2005 procedeu-se à elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN.