Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Alter Pedroso" - 05/09/2021
O chamado “Castelo de Alter Pedroso” localiza-se no lugar de Alter Pedroso, freguesia e concelho de Alter do Chão, distrito de Portalegre, em Portugal. Cooperava com o vizinho Castelo de Alter do Chão na defesa da região. A primitiva ocupação humana do local remontará à Idade do Ferro, sucedida pelos Romanos e pelos Muçulmanos.
À época da Reconquista cristã da região, Alter Pedroso constituía-se em povoação fortificada já em algum momento entre os séculos XII e XIII. Fontes escritas dão conta de que em 1211 pertencia à Ordem de Avis. ALMEIDA informa que em 1216 Afonso II de Portugal concedeu-lhe foral doando-a a Dom Fernando Eanes, Mestre da Ordem de Avis, e que, a 30 de junho de 1249, Afonso III de Portugal doou-a aos cavaleiros da Ordem de Avis.
O cronista Rui de Pina não lhe refere qualquer intervenção sob o reinado de Dinis I de Portugal. No período entre 1350 e 1450 não consta como castelo. Entretanto, em algum momento na Idade Média foi fundada a Ermida de São Bento. No contexto da Guerra da Restauração (1640-1668) foi surpreendido em 1662 pelas forças espanholas sob o comando de Dom Juan José de Austria. Praticamente desguarnecido, caiu e foi arrasado.
No século XIX, a lei de 21 de setembro de 1835 proibiu os enterramentos nas igrejas e obrigou à construção de cemitérios municipais. Isso levou a que, em Alter Pedroso, a instalação do mesmo fosse feita no recinto do castelo no último quartel do século XIX, possivelmente em 1886.
No século XX, por volta de 1940, com a abertura da estrada de acesso pelo Ministério das Obras Públicas (MOP), foi destruído o troço sudoeste da muralha, aproveitando-se os materiais. Posteriormente, em 1946 foi erguido no local um marco geodésico e miradoiro envolvente pelo Instituto Geográfico e Cadastral (IGC). Mais recentemente, a Câmara Municipal de Alter do Chão ergueu no local um depósito de água.
Os restos do Castelo de Alter Pedroso encontram-se classificados como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 129/77, publicado no Diário da República, I Série, n.º 226, de 29 de setembro. O imóvel foi afeto ao Instituto Português do Patrimônio Arquitetônico (IPPAR), pelo Decreto-lei n.º 106F/92, publicado no Diário da República, I Série A, n.º 126, de 1 de junho. Com a extinção do IPPAR (29 de março de 2007), o imóvel deixou de estar afeto a este organismo. Da primitiva estrutura só resta um portal no estilo gótico, partes de muralha em ruínas e a porta da Capela de São Bento no interior.