Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Leiria" - 27/02/2022
A Igreja de Nossa Senhora da Pena foi o primeiro templo de Leiria e foi utilizada como capela palaciana pela Dinastia de AVIS. No coro podemos mesmo ver uma pedra romana de Collipo, dedicada ao imperador Antonino Augusto Pio, e saindo pela sacristia manuelina temos acesso às ruínas. As Ruínas da Colegiada dos cónegos e clérigos crúzios de Leiria. Local de interesse arqueológico, aqui existiam sala de audiências, celas e dormitórios, refeitório, cozinha, pátio, cumuas e cisterna que atendiam aos religiosos e serviam a Igreja da Pena.
Os Paços Novos, Paços do Castelo, ou Paços Reais, com planta quadrangular, nas dimensões de 33 m x 21 m. É constituído por torres laterais de 4 pisos e um corpo central de 3. No pavimento inferior, encontra-se um amplo salão com três robustos arcos góticos (Salão dos Arcos), enquanto no segundo piso dois salões menores serviam ao dia-a-dia do palácio (cozinha, adega, dormitório).
No terceiro pavimento, os quartos régios situam-se nos extremos, divididos pelo Salão Nobre (Salão das Audiências) que abria para uma galeria ou loggia de arcaria gótica mediterrânica de onde se pode usufruir de uma bela paisagem sobre a cidade. Dois corpos que o flanqueiam constituem um quarto piso, que tinha o seu interior repartido por, à época, luxuosas instalações sanitárias.
O Pátio Interior, de interesse histórico e arquitetônico é testemunho das políticas de restauro do monumento no século XX, com destaque para as opções pela falsa ruína e pelo trabalho intencionalmente inacabado.
Os Celeiros Medievais, conjunto de três celeiros datáveis do século XIII, abobadados em alvenaria, que deveriam ser primitivamente rematados por construção em madeira e taipa, hoje desaparecida.
A Porta da Traição e Falsas Ruínas, rasgada num pano da muralha a oeste quase que integralmente restaurado na década de 1930, assinala o sítio da porta original, onde se crê terem entrado os Muçulmanos numa das tomadas ao castelo. Observam-se também falsas ruínas características das opções de restauro do monumento entre a década de 1930 e a de 1950.
A Torre de Menagem, de planta prismática, elevando-se a 17 metros de altura (alguns adicionados durante a sua reconstrução), divide-se internamente em três pavimentos encimados por terraço e coroada por merlões quadrangulares. Mandada executar sobre os alicerces de uma torre anterior por Dom Dinis, uma lápide epigráfica gótica, com os brasões reais inscritos, assinala tal facto no lado esquerdo junto à porta.
Foi utilizada como prisão régia desde meados do século XIV, estando ativa, ainda, na segunda metade do século XVIII. No recinto, persistem vestígios arruinados de obras do século XV. Atualmente está patente um núcleo museológico no seu interior.