Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Leiria" - 13/03/2022
Já falamos quase tudo do Castelo de Leiria, mas existem três lendas, no imaginário local, envolvendo o castelo: Uma delas passa-se no tempo do rei Dom Afonso Henriques. O rei costumava andar sempre em muitas batalhas e tinha como ponto estratégico o Castelo de Leiria. Que era muito cobiçado por todos os invasores porque tinha uma localização muito boa. Numa altura em que o rei foi com os seus soldados e encontrou os Castelhanos onde iria haver uma batalha.
O rei tinha poucos homens e com os poucos que tinha cercou a zona que ele queria defender. Acontece que quando os guerreiros começaram a ver chegar os Castelhanos estavam muito desanimados porque o número era um número completamente desproporcionado. Os outros eram em número muito elevado, eles muito poucos e já sem coragem para lutar, eis que surge um corvo.
Esse corvo pousa por cima onde estavam os soldados do rei Afonso Henriques, começa a bater as asas e a fazer aqueles ruídos como se estivesse a cantar. Os soldados pensaram ser um agoiro, mas um agoiro bom, para lhes dar coragem, para conseguirem vencer a batalha. E conseguiram, eles defenderam o castelo, lutaram, ganharam a batalha e saíram vitoriosos.
Por essa razão na bandeira da cidade de Leiria, nos símbolos estão contidos dois corvos pretos, esses dois corvos foram feitos em prol dessa vitória da cidade de Leiria, que nessa altura não era cidade, mas quando subiu a cidade esses corvos apareceram na bandeira. Uma outra lenda refere que sob o castelo existe um vulcão adormecido, responsável pelo aquecimento da água da fonte quente.
Era uma vez..., em tempos já muito antigos, vivia em Leiria um senhor muito rico e muito poderoso, e muito avarento, que não sabia como guardar as suas riquezas, os seus tesouros. E passava ele dias e dias, noites e noites, a cogitar a maneira de os ladrões lhe não roubarem os seus tesouros.
Como fazer? Até que um dia se lembrou de abrir três longos túneis e ao fim de um deles colocar o muito ouro e a muita prata e as muitas pedras preciosas que tinha e que constituíam um imenso tesouro, como até então nunca se vira. E assim fez. Mandou abrir três subterrâneos, ali, no sopé do monte onde hoje está construído o castelo, e deixou as suas riquezas ao fim de um deles.
Seguidamente mandou-os tapar com três portas de alvenaria e fez constar que em uma delas estava o seu tesouro, mas em outro estava a fome e no terceiro a peste. Assim criou um ambiente de medo, de verdadeiro terror, que evitou que os ladrões lhe fossem roubar as suas imensas riquezas. E o homem rico e poderoso passou a dormir descansado.
As três portas ainda hoje se veem no muro ao pé da Sé de Leiria e passaram a ser conhecidas por “As três portas da Sé”. Diz-se que uma delas pode também ser uma passagem secreta subterrânea que permite a comunicação do castelo com uma igreja, do lado oposto da cidade.