Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Ansiães" - 27/03/2022
A zona defensiva é servida pela porta da Fonte Vedra, a Sul, em arco de volta perfeita, assente em impostas salientes, tendo, a Leste, a porta principal, que dava caminho para a lavandeira, denominada Porta da Vila. A Oeste, fica a porta de São João e a de São Francisco, de volta perfeita, emoldurada pelas aduelas do arco e mais alta no interior, compensando o desnível do terreno, que abre para uma primitiva estrada romana. A partir de cada porta desenvolve-se um caminho em pedra, que converge para o centro.
Estruturalmente este arqueosítio divide-se em dois espaços distintos. O primeiro situado a quotas mais elevadas corresponde à primitiva implantação roqueira. Este perímetro é definido e organizado a partir de uma muralha de configuração ovalada que se reforça com cinco torreões quadrangulares. Trata-se de uma área com uma autenticada especialização defensiva, uma espécie de último reduto destinado a albergar os moradores em caso de contenda bélica.
O segundo espaço que define a zona urbana propriamente dita é constituído por uma segunda linha de muralhas com uma extensão superior a 600 metros e três torreões quadrangulares. Este espaço encontrava-se dividido por vários caminhos que se intercediam entre si, estruturando pequenos bairros ou áreas residenciais.
O acesso se dá pela EN 214, no lugar de Carrazeda de Ansiães, a 3 Km. da vila de Carrazeda, com acesso por estrada asfaltada que liga diretamente ao castelo. O Castelo está classificado na Categoria: MN - Monumento Nacional, pelo Decreto de 16 de junho de 1910, registrado no Diário do Governo n.º 136 de 23 junho 1910.
Rural, isolado, inserido numa envolvente rochosa, a Serra da Vila, rodeado de zonas cobertas de vegetação e, a cerca de 200 metros de entrada, zona cultivável. Implementado num pequeno planalto, tem, acima dele, uma pequena cordilheira e numa cota inferior uma sequência de três pequenos montes.
A cerca de 40 metros da entrada do castelo existem as ruínas do Convento de São João, datado do período românico, surgindo, dentro do perímetro da muralha exterior, a Igreja de São Salvador. A Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais em 15 maio de 1930, registrou a Portaria publicada no Diário do Governo n.º 110, 2.ª série, nomeando o arquiteto Baltazar de Castro, diretor interino dos Monumentos Nacionais do Norte, para integrar a Comissão administrativa das obras a executar na Igreja e Castelo de Carrazeda de Ansiães.