Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Arnóia" - 17/04/2022
O Castelo de Arnóia, também conhecido como Castelo dos Mouros ou Castelo de Moreira, ergue-se na povoação e Freguesia de Arnóia, concelho de Celorico de Basto, Distrito de Braga, em Portugal. Ergue-se sobre um maciço de pedra, em posição dominante sobre a povoação que outrora foi a sede do Concelho com Casa da Câmara, Pelourinho e Cadeia.
Os mais antigos vestígios de povoamento do espaço geográfico atual do concelho de Celorico de Basto, revelados pela prospecção recente e intervenção pontual de contextos arqueológicos, são atribuíveis ao início do megalitismo, portanto ao Neolítico Médio. Para este período pode apontar-se o grande conjunto de mamoas do Planalto da Lameira. Já o grande conjunto de habitats de fossas pode genericamente apontar-se para o período da idade do Bronze.
Da Idade do Ferro destaca-se o povoado de Bouça de Mosqueiros, em Britelo, o Castro do Ladário, em Ribas, o Castro de Barrega, em Borba e o Castro de Ourilhe e outros de menor relevância. A Romanização está bem patente em Celorico de Basto e as marcas deste período encontam-se um pouco por todo o espaço concelhio.
A Citânia do Ladário, a Estela de Vila Boa na freguesia do Rego, o Castelo de Arnóia e proximidades, os inúmeros vestígios arqueológicos do Planalto da Lameira, os restos dos castros em várias freguesias, representam sólido argumento a demonstrar que esta terra foi habitada há milhares de anos.
A época da construção deverá remontar ao final do século X ou início do XI, acredita-se que ligada à defesa do vizinho Mosteiro de São Bento de Arnóia, também fundado neste período. Contribui para esse raciocínio a data de 1034, assinalada na lápide da sepultura do alcaide do castelo (e provável fundador do mosteiro, segundo alguns autores), Múnio Muniz, no claustro daquele mosteiro.
No século XIII, as Inquirições do reino de 1258 referem alguns casais nas freguesias de Arnóia, Caçarilhe e Carvalho, obrigadas à alimentação dos cães de guarda do castelo e da preparação da cal necessária para a sua conservação.