Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Arnóia" - 24/04/2022
A época da construção deverá remontar ao final do século X ou início do XI, acredita-se que ligada à defesa do vizinho Mosteiro de São Bento de Arnóia, também fundado neste período. Contribui para esse raciocínio a data de 1034, assinalada na lápide da sepultura do alcaide do castelo (e provável fundador do mosteiro, segundo alguns autores), Múnio Muniz, no claustro daquele mosteiro.
Com a morte do rei Dom Afonso III, tendo rendido preito de homenagem a Dona Brites ou Beatriz (rainha viúva e testamenteira do falecido), o alcaide deste castelo, Martim Vasques da Cunha, após o afastamento da senhora para Castela por desentendimentos havidos com Dom Dinis, teve dificuldades com o novo soberano, que se recusou a desobrigá-lo do seu compromisso de honra.
Segundo reza a tradição, tendo consultado diversas cortes europeias sobre como proceder honrosamente nesse impasse, fez sair a guarnição e gentes do castelo, trancando-se no seu interior. Tendo lançado fogo a uma das habitações no seu interior, "salvou-se" descendo-se por um cesto suspenso por uma corda amarrada em uma das ameias.
Desse modo, exonerou-se da função sem ferir o compromisso de honra assumido. Verdadeira a narrativa ou não, é fato que, em 1282, Dom Dinis arrendou os domínios de Celorico de Basto a Martim Joanes, pelo montante de 210 morabitinos, com a obrigação de que o arrendatário contratasse um cavaleiro para as funções de alcaide deste castelo.
Os domínios e o castelo foram arrendadas pelo mesmo soberano em 1284 aos moradores de Celorico de Basto. No alvorecer do século XV, Dom João I doou o senhorio de Celorico de Basto e seu castelo a Gil Vasques da Cunha, o que denota a importância e tradição dessa família na região.
No século seguinte, Dom Manuel I concedeu foral a Celorico de Basto (29 de março de 1520), estabelecendo a sede do Concelho em Arnóia, lugar do castelo. No contexto da Dinastia Filipina, no século XVII, a alcaidaria era exercida pela família dos Castros.