Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Noudar" - 29/05/2022
O Castelo tem forma irregular, aproximada a um trapézio, onde se salientam para além destas torres, 2 cubelos semicilíndricos voltados a sudeste, "na altura do andar do muro", sem remate, uma torre quadrangular no cunhal a Leste. com cobertura de telhado e outra retangular no cunhal a Norte, que estava "derrubada". A Noroeste a torre de menagem, quadrangular, abobadada, provida de cisterna e tem em cima um aposento bem iluminado por fresta e era rematada por merlões piramidais.
Junto à torre de menagem abria-se uma dupla entrada para a praça de armas, centrada por pátio longitudinal com 2 cisternas em redor do qual se dispunham os "aposentos térreos" e outras dependências que compunham a alcáçova (Séc. 16), a igreja paroquial denominada de Nossa Senhora de Entre Ambas as Águas, evocando a ribeira da Murtéga e o rio Ardila que abraçam a Leste e Oeste a vila.
Em 1513 um Foral novo foi dado por Dom Manuel e em 1532 - o Livro das Terras das Ordens, refere que o comendador da Vila, é o Marquês de Torres Novas e o Alcaide Luís Dantas e tinha então uma freguesia e cerca de 6 moradores. No termo da vila ficava a aldeia de Barrancos com 73 moradores, dos quais nove eram viúvas, dois clérigos e o resto "castelhanos".
No Séc. 17, a vila possui 400 vizinhos, Misericórdia, hospital e 3 ermidas. Durante as Guerras da Restauração e nas lutas da sucessão o castelo sofre grandes estragos. Em 1610, as Comendas de Noudar e Barrancos passam para a Casa Cadaval. Em 1644 e 1707, o castelo é tomado pelas tropas espanholas. No final do Séc. 17, a igreja paroquial tinha como invocação Nossa Senhora do Desterro e era prelado Dom Prior Mor de Avis.
Em 1755, a planta da Praça de Noudar por Miguel Luiz Jacob na qual se mostra a localização de um reduto de planta estrelada que se projetava construir no morro de São Gens, fronteiro ao castelo, do seu lado Sudeste, que nunca chegou a realizar-se. A planta mostra uma cortina e redentes frente aos troços Sudeste e Nordeste da cerca, e um revelim a proteger o cubelo a Oeste.
Na alcáçova assinala-se a torre de menagem, que servia então como armazém de pólvora, armazéns demolidos a Sudoeste e no exterior do ângulo Norte da muralha Noroeste quartéis arruinados. Em 1758, a planta da Praça de Noudar é riscada por João António Infante, praticante da Academia Militar da Provincia do Alentejo.
Em 25 junho de 1997, foi assinado contrato de promessa de compra e venda do Castelo por José Augusto Fialho à Câmara Municipal de Barrancos, venda à EDIA da Herdade da Coitadinha.
No ano 2000 foi Organizado pela Câmara Municipal e pelo Centro de Formação Profissional da Indústria da Construção Civil e Obras Públicas do Sul com o apoio da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, financiado pelo Fundo Social Europeu através do Programa Leonardo da Vinci, tem lugar no Castelo um estaleiro-escola de formação, com equipes de jovens oriundas da França, Itália e Espanha, em restauro e conservação. E em 20 agosto 2012, foi fechado temporáriamente ao público por decisão do município, devido ao perigo de derrocada de partes do monumento.