Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Loulé" - 24/07/2022
Durante a Dinastia Filipina, no levantamento das defesas algarvias efetuado entre os anos de 1617-1618 pelo engenheiro militar e arquiteto napolitano Alexandre Massai, o Castelo de Loulé consta como apresentando a maior parte dos muros em taipa danificados e ruídos.
Após a Restauração da independência, diante da evolução da artilharia, o Castelo perdeu o seu valor defensivo. Desse modo, o crescimento urbano gradativamente foi absorvendo os antigos muros, processo que se acelerou a partir dos danos impostos pelo terremoto de 1755, que destruiu a maior parte da vila.
As torres do castelo desabaram, assim como grandes troços da muralha. A reconstrução da malha urbana privilegiou os setores residenciais, onde solares e palacetes passaram a se destacar. No século XIX, foram loteadas e ocupadas para fins residenciais e comerciais as áreas adossadas às muralhas do Castelo, das quais foram demolidos alguns troços.
Com o aumento da população de Loulé, a vila passou a ter falta de espaço dentro das muralhas, forçando os moradores a construírem edifícios do lado de fora. Este processo de expansão urbana, em conjunto com a perda das funções defensivas, levou ao progressivo desaparecimento das muralhas, que foram quase totalmente demolidas ou integradas em edifícios, para servirem como paredes.
O terremoto de 1755 destruiu grande parte do castelo, junto com vários edifícios de Loulé. Em 1799, Dona Maria I fundou o Marquesado de Loulé, que concedeu ao oitavo Conde de Vale de Reis, Agostinho Domingos José de Mendonça Rolim de Moura Barreto. Este foi condenado à morte em 21 de Novembro de 1811, como traidor à pátria, por ter estado do lado das forças francesas durante as Invasões Napoleônicas, mas foi perdoado por Dom João VI. Porém, foi assassinado em Fevereiro de 1824, no Paço Real de Salvaterra de Magos.
Em 1842, foi construído um solar no local da antiga muralha junto à Porta da Rua do Postigo, que foi depois adquirido pela autarquia para ser utilizado como Paços do Concelho. Para a construção do solar, a muralha terá sido totalmente destruída, ou parcialmente integrada na estrutura do edifício.