Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Avis" - 11/09/2022
O Castelo de Avis localiza-se na vila, freguesia e município de Avis, no distrito de Portalegre, em Portugal. A sua edificação prende-se à instalação da Ordem Militar de São Bento de Avis na região do Alentejo. O que subsiste do Castelo de Avis está classificado como Monumento Nacional desde 1910. A primitiva ocupação humana da região remonta à pré-história, como se depreende da presença do conjunto megalítico existente na Herdade da Ordem de Avis.
Fortificação composta por muralhas de que subsistem vestígios nos lados Sul, Leste e Oeste da povoação, por três torres, a da Rainha, de Santo Antônio e de São Roque, por dois cubelos circulares e por dois baluartes. As muralhas são em alvenaria de granito e xisto, este em predominância, ostentando nas mais antigas aparelho em espinha, com vestígios de adarve. O Interior das torres possue abóbadas de berço.
À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, as terras da atual Avis foram doadas, em 1211, pelo rei Dom Afonso II (1211-1223) à Milícia dos Freires de Évora (fundada em 1175), com a condição de as povoarem e de construírem um castelo para a defesa do lugar.
As obras teriam lugar entre 1214 e 1223, atribuídas ao seu primeiro Grão-Mestre, Dom Fernão Anes, tendo os freires transferido para aqui a sede da sua Ordem, posteriormente denominada como Ordem Militar de São Bento de Avis ou, simplesmente, Ordem de Avis. Ainda na primeira metade do século XIII foi erguido o primitivo edifício do Convento.
Seria, a partir da ascensão de Dom João I, Mestre de Avis, ao trono, que o nome da vila ficou associado à História de Portugal, passando a Ordem para a dependência da Coroa. Quando da extinção das ordens religiosas em Portugal (1834), a Ordem de Avis possuía em seus domínios 18 vilas, 49 comendas e 128 priorados.
A partir de então esse património se desfez, tendo as dependências do Convento-sede em Avis sido vendidas a particulares. Na época, a Câmara Municipal adquiriu a residência dos mestres da Ordem, ali instalando os Paços do Concelho. Não foram encontradas informações sobre os destinos do castelo no período, que, se abandonado, deve ter mergulhado em ruínas.
Os remanescentes do castelo estão classificadas como Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910. Das seis torres originais das muralhas da vila, restam apenas três: a de São Roque, a de Santo Antônio e a da Rainha.
O castelo está classificado como urbano, adossado ou integrado em edifícios residenciais, implantado no topo de uma colina, dominando o vale envolvente e permitindo a observação de uma vasta paisagem e a comunicação visual com outros pontos fortificados, como Alter do Chão e Pavia.