Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Montemor-o-Novo" - 23/10/2022
No contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa, o Conselho de Guerra de Dom João IV (1640-1656), deu ordens para a reedificação das suas defesas. Quando do terremoto de 1755, encontrava-se o espaço intra-muros já bastante degradado.
Acredita-se que os efeitos do sismo contribuíram para acelerar o processo de decadência das defesas. Por essa razão, o conjunto foi objeto de reparações ainda no século XVIII. Durante a Guerra Peninsular, a guarnição da antiga fortificação medieval resistiu às tropas napoleônicas sob o comando de Junot, travando-se combate junto à chamada Ponte de Lisboa (1808).
Poucos anos mais tarde, quando da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), aqui se concentrou o estado-maior das tropas liberais, sob o comando do marechal duque de Saldanha. Já no século XX, em 1929, foram realizadas reparações numa das torres, registrando-se o desabamento de paredes e troços de muralhas nos anos seguintes.
Novas obras de reparação tiveram lugar entre 1937 e 1945, quando foram reconstruídos dois troços das muralhas desmoronadas e consolidado o pano junto à Porta da Vila. A intervenção do poder público português foi retomada na década de 1960, prosseguindo intermitentemente pela década de 1970 e de 1980.
Neste último período, iniciaram-se as pesquisas arqueológicas que foram retomadas entre 1992 e 1993. Mais recentemente, procedeu-se à recuperação da chamada Torre da Má Hora. O Castelo de Montemor-o-Novo apresenta planta triangular irregular. O pano da muralha voltado a norte, foi primitivamente rasgado por uma porta, hoje desaparecida, denominada como Porta de Évora.
O acesso é feito atualmente pela chamada Porta da Vila, Porta de Santarém ou Porta Nova, a norte, flanqueada pela chamada Torre do Relógio, de planta quadrada, com porta em arco quebrado. Externamente adossa-se a Casa da Guarda, com teto abobadado, cujo portão em arco é encimada pelo brasão de armas de Dom Manuel I.
No troço oeste das muralhas, rasga-se a chamada Porta do Bispo ou Porta do Anjo, defendida por duas torres de planta quadrada. A leste, rasga-se a Porta de Santiago ou Porta do Sol, flanqueada pela Torre da Má Hora, de planta quadrada, rematada por ameias piramidais.
Na praça de armas do castelo abre-se a antiga cisterna e ergue-se a fachada do antigo Paço do Alcaide, hoje em ruínas. Ao abrigo da cerca da vila destacam-se a Igreja de São João Baptista, a Igreja de Santiago, o Convento de Nossa Senhora da Saudação e as ruínas da Igreja de Santa Maria do Bispo.