Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Veiros" - 30/10/2022
O Castelo de Veiros, também referido como Castelo e cerca urbana de Veiros, no Alto Alentejo, localiza-se na vila e freguesia de Veiros, município de Estremóz, distrito de Évora, em Portugal. Em posição dominante sobre uma colina escarpada, na Idade Média integrava a defesa composta pelos castelos de Monforte, Campo Maior e de Ouguela. Atualmente inscreve-se na Área Turístico-Promocional de Planícies.
O Castelo de Veiros encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 18 de Julho de 1957. Acredita-se que a primitiva ocupação humana de seu sítio remonte a uma povoação romana conforme parece indicar a sua antiga toponímia, Valerius.
À época da Reconquista cristã da península, a povoação foi conquistada em 1217 pelas forças de Dom Afonso II, cujo domínio teria entregue aos cavaleiros da Ordem de Avis, então sob o comando do Mestre Dom Fernão Anes. Embora não se conheça a data precisa de fundação do castelo, terá sido contemporâneo dos castelos de Alandroal e de Noudar, também erguidos pela Ordem na região.
Era Comendador de Veiros, em 1299, Martim Fernandes, 6º Mestre da Ordem. Sob o reinado de Dom Dinis (1279-1325), sendo 8º Mestre da Ordem, Dom Lourenço Afonso, foi iniciada a construção da Torre de Menagem, no alto da colina, em 20 de Maio de 1308, sendo mestre das obras Pero Abrolho conforme duas inscrições epigráficas no recinto do monumento.
Sob o reinado de Dom Fernando, aqui nasceu, em 1377 ou 1380, Dom Afonso, 8º conde de Barcelos e 1º duque de Bragança. O iniciador da poderosa Casa de Bragança era filho ilegítimo do Mestre de Avis e de Inês Pires Esteves, esta por sua vez filha de Pêro Esteves, conhecido como “o Barbadão”.
Esta alcunha veio-lhe do fato de ciente da relação entre a sua filha e o então Mestre de Avis, ter-lhe sobrevido tamanho desgosto que, em sinal de protesto, nunca mais a quis ver, tendo jurado (e cumprido) que nunca mais cortaria a barba. O túmulo deste patriarca encontra-se na Igreja de Nossa Senhora do Mileu, em Veiros.
Ainda no reinado deste soberano a povoação e seu castelo foram atacados por forças de Castela (1381). O terremoto de 1531 causou danos consideráveis ao castelo, que foi reconstruído no reinado de Dom João III (1521-1557). À época da Guerra da Restauração, a vila e seu antigo castelo medieval sofreram o ataque das tropas de Dom João de Áustria (1662), tendo como resultado a explosão da Torre de Menagem, então utilizada como paiol de pólvora.
Pouco depois, em 1665, foi novamente ocupado, agora por tropas sob o comando do marquês de Caracina. O Conselho de Guerra de Dom Afonso VI (1656-1667) determinou-lhe obras de reforço nas defesas, tendo as ameias medievais sido obstruídas por um novo parapeito.