Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Marialva" - 11/12/2022
O Castelo de Marialva, na Beira Alta, localiza-se na Vila e Freguesia de Marialva, Município de Mêda, Distrito da Guarda, em Portugal. Designada Cidade dos Áravos (em latim: Civitas Aravorum) à época romana, terá sido reconstruída no tempo de Trajano e Adriano, tendo sido ponto de confluência e cruzamento de vias, entre as quais a via imperial da Guarda a Numão.
Os Godos instalaram-se na região alterando o nome para São Justo, sucedendo-lhes a ocupação árabe e o seu novo nome, Malva, reconquistada por Dom Fernando Magno de Leão, em 1063, e novamente rebatizada para Marialva. Dom Afonso Henriques mandou-a repovoar, concedendo-lhe o primeiro foral em 1179. Conhece-se novo repovoamento durante o reinado de Dom Sancho I, no século XIII, altura em que o povoado terá extravasado além muros, formando-se assim o Arrabalde.
Durante o reinado de Dom Dinis foi criada a Feira (em 1286) e recebe Foral Novo (em 1512) já em tempos de Dom Manuel. Ambos procederam a obras no castelo. Possivelmente devido à localização fronteiriça e estimulada pela Feira, ao 15.º dia de cada mês, que concedia diversos privilégios aos moradores e feirantes, assistiu-se no século XII à fixação de judeus.
Foi vila e sede de concelho entre 1157 e 1855. Era constituída pelas freguesias de Aldeia Rica, Barreira, Carvalhal, Coriscada, Gateira, Marialva (Santiago), Marialva (São Pedro), Pai Penela, Rabaçal e Vale de Ladrões. Tinha, em 1801, 2.919 habitantes. Após as reformas administrativas do início do liberalismo foram-lhe anexadas as freguesias de Chãs e Santa Comba. Tinha, em 1849, 4.042 habitantes e ocupava uma superfície de 166 km².
Embora carecendo de maiores estudos acredita-se que a primitiva ocupação humana deste sítio remonte a um castro dos Aravaros, uma das várias tribos em que se dividiam os Lusitanos (não confundir com Ávaros, povo que só viria a surgir na Era Cristã e nunca pisou solo português). Após a Invasão romana da Península Ibérica, sob o reinado dos imperadores Adriano e Trajano novas obras terão ampliado a povoação que se constituiu em cidade, denominada nos primeiros séculos da Era Cristã como Civitas Aravorum.
Dominando a antiga estrada romana que ligava Celorico da Beira ao Douro, a urbe se espraiava das faldas da elevação à planície circundante, conforme o testemunho de restos de construções e da documentação epigráfica resgatadas arqueologicamente do subsolo da Devesa.