Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Marialva" - 18/12/2022
Ocupada sucessivamente por Visigodos (que a denominaram como Castro de São Justo) e por Muçulmanos, a povoação entrou em decadência nos séculos seguintes. À época da Reconquista cristã da península, foi tomada aos mouros por Fernando Magno (em 1063), admitindo-se que existisse uma fortificação à época.
Sobre o castelo medieval, Dom Afonso Henriques encontrou a povoação abandonada. Para incentivar o seu repovoamento e defesa, passou-lhe Carta de Foral, garantindo privilégios não só aqueles que por iniciativa régia ali se estabeleciam na ocasião, mas a todos os que assim o fizessem no futuro.
Embora esse documento não apresente data, acredita-se que tenha sido passado posteriormente a 1158, admitindo-se a data de (em 1179). Acredita-se que a primitiva feição de seu castelo remonte a esta fase, a partir da observação das características construtivas do aparelho da muralha e de uma das torres.
Na transição para o século XIII, o rei Dom Sancho I (1185-1211) prosseguiu as obras de edificação do castelo, ampliando-lhe os muros que passaram a envolver a vila. O seu filho e sucessor, Dom Afonso II (1211-1223), confirmou-lhe o foral (em 1217). Em 1296 Dom Dinis (1279-1325) partiu de Castelo Rodrigo à invasão de Castela, reivindicando as terras além do Côa, que efetivamente vieram a ser incorporadas a Portugal pelo Tratado de Alcanizes (em 1297).
Nesse contexto, Marialva incluía-se no rol das povoações atendidas por aquele monarca e assim lhe foi procedida a reconstrução do castelo. Este soberano instituiu, em 1286, a feira mensal de três dias, oferecendo privilégios a quem ali praticasse o comércio, visando o mesmo objetivo de incentivo ao povoamento. À época, a vila já se espalhava extramuros, na direção Norte.
Quando da crise de 1383-1385, Marialva e seu castelo tomaram o partido do Mestre de Avis. No século XV, Dom Afonso V (1438-1481) concedeu-lhe o título de condado, tendo Dom Vasco Fernandes Coutinho recebido o título de conde de Marialva (em 1440). No século XVI várias intervenções foram promovidas: por Dom Manuel I (1495-1521), que passou o Foral Novo à vila (em 1515), pelo Infante Dom Fernando (irmão de Dom João III) e por Dom Sebastião ainda sob a regência de Dona Catarina d'Áustria (1557-1562). Desta última intervenção é testemunha a data de 1559, inscrita na muralha.