Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Pena de Aguiar" - 12/02/2023
Após a invasão leonesa, Dom Gonçalo Mendes de Sousa, senhor de domínios nas terras de Aguiar e de Panóias, companheiro de armas de Dom Afonso Henriques, apressou-se a socorrer as gentes do castelo. Posteriormente, sob o reinado de Dom Afonso III, Telões recebeu a sua Carta de Foral (a 10 de julho de 1255). Nesse período considera-se que a fortificação começou a perder importância, uma vez que a partir de 1258 a população passou a se libertar gradualmente dos encargos de manutenção daquela defesa.
O castelo sofreu diversas alterações em fins do século XIV. Na passagem para o século XVI, a vila perdeu a sua importância administrativa, uma vez que se encontra integrada no Foral concedido a Aguiar da Pena, em 1515. Deste período conhecemos o nome de alguns dos alcaides do castelo, como: Diogo Lopes de Azevedo, Fernão Martins de Souza, João de Souza Guedes e Jerónimo de Souza Machado.
A partir de então cessam as informações relativas ao castelo, que se admite tenha deixado de ser utilizado para fins militares desde essa passagem do século XVI para o XVII. Encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 26 de fevereiro de 1982. Após passar por uma primeira etapa de trabalhos de beneficiação, a cargo do Instituto Português do Património Arquitetônico, ao custo de 175 mil euros, a área envolvente do castelo foi reinaugurada (em 21 de julho de 2001), visando promover o turismo histórico na região.
Paralelamente, a Câmara Municipal adquiriu e recuperou uma casa em ruínas para a instalação de um Núcleo Interpretativo, onde serão disponibilizadas aos visitantes informações relacionadas com o castelo e a sua história. Numa segunda fase, teve lugar uma intervenção de consolidação e restauro nas dependências do castelo, compreendendo as paredes que ameaçavam ruir, o gradeamento de zonas mais perigosas no interior da muralha e a construção de passagens de segurança metálicas.
Desse modo, a autarquia pretende criar um circuito integrado de turismo compreendendo o castelo, as três minas romanas de Vila Pouca de Aguiar e o santuário rupestre de Panóias, em Vila Real. Do que resta de seu conjunto, depreende-se tratar-se de um antigo castelo roqueiro, em estilo românico, dominado por duas torres:
Uma a norte, de planta retangular, ligada por uma cortina semi-circular a outra localizada a sueste. Nesta segunda torre, com cinco faces irregulares, no muro oeste rasga-se uma porta para a barbacã, cujos muros são adossados a grandes pedregulhos. Uma segunda abertura, no muro norte, comunica com uma praça de armas de reduzidas dimensões, delimitada por ambas as torres.