Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Numão" - 26/03/2023
O Castelo de Numão localiza-se na vila e freguesia de Numão, município de Vila Nova de Foz Côa, distrito da Guarda, em Portugal. Na vertente leste da serra da Lapa, inscrito atualmente no Parque Arqueológico do Vale do Côa, de seus muros avistam-se os castelos de Ansiães, Castelo Melhor, Castelo Rodrigo, Ranhados e Penedono. O Castelo de Numão está classificado como Monumento Nacional desde 1910. A primitiva ocupação humana de seu sítio remonta à pré-história, ao período Neolítico.
Acredita-se que um castro dos Lusitanos tenha aqui sido erguido, posteriormente romanizado. Aquando da Invasão muçulmana da Península Ibérica, estes conquistadores aqui teriam erguido uma fortificação. À época da Reconquista cristã, já aqui existia um castelo, que juntamente com outros na região Leste da Beira, pertencia a Dona Chamoa Rodrigues, que os doou, por intermédio de sua tia, a condessa Mumadona Dias, ao Mosteiro de Guimarães (960).
Retomado por forças muçulmanas (ano 1000), foi arrasado pelos irmãos Tedom e Rausendo Ramires (em 1030), para ser reconquistado por Fernando Magno em 1055 ou 1056. Neste período, o castelo figura entre os bens inventariados pertencentes ao Mosteiro de Guimarães (em 1059). Com a independência de Portugal, Dom Afonso Henriques doou os seus domínios ao seu cunhado, Fernão Mendes de Bragança. Este nobre, em 8 de julho de 1130, concedeu Carta de Foral à povoação (referida como Civitate Noman) e promoveu a reedificação do castelo.
Posteriormente, sob o reinado de seu filho e sucessor, Dom Sancho I, foram concluídas obras de recuperação das muralhas e a ereção da torre de menagem, conforme inscrição epigráfica (hoje desaparecida) datada de 1189. Sob o reinado de Dom Sancho II, os domínios de Numão e seu castelo foram doados temporariamente a Abril Peres de Lumiares. Em 1247, era tenente da terra, Dom Afonso Lopes de Baião, a quem, como representante régio, competia exercer funções de caráter administrativo e militar.
Em outubro de 1265, Dom Afonso III confirmou o foral à vila. Uma nova etapa construtiva nas suas defesas, entretanto, só terá tido lugar a partir da confirmação deste título por Dom Dinis, em 27 de outubro de 1285. À época do reinado de Dom Fernando (1367-1383), em 1373, era alcaide-mor de Numão o conde de Marialva, Vasco Fernandes Coutinho. Esta função permaneceria em sua família até ao 4° conde de Marialva, Dom Francisco Coutinho, no reinado de Dom João III.
Quando da crise de 1383-1385, Numão tomou o partido por Dona Beatriz, juntamente com as vilas e castelos vizinhos de Penedono, Pinhel, Sabugal, Castelo Rodrigo e Trancoso. Sob o curto reinado de Dom Duarte aqui foi instituído um couto de homiziados (em 1436), o que parece indicar alguma dificuldade com o seu povoamento. A vila recebeu Foral Novo de Dom Manuel I a 25 de agosto de 1512. À época era Comenda da Ordem de Cristo. O Cadastro da População do Reino, em 1527, mostra que a vila de Numão contava com 15 fogos e mais 41 em seus arredores.