Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Beja" - 16/04/2023
A povoação e seu castelo apoiaram o Mestre de Avis no contexto da Crise de 1383–1385, tendo tido envolvimento em episódios da História de Portugal, como a fase dos Descobrimentos. No século XV, sob o reinado de Dom Afonso V, a Vila foi elevada a ducado, tendo como 1° duque de Beja o seu irmão, o infante Dom Fernando e, posteriormente, o rei Dom Manuel I. No reinado deste último soberano, têm lugar grandes obras de beneficiação das defesas da vila, que seria, entretanto, elevada a cidade em 1517.
Até ao século XVII, o Castelo de Beja foi alvo de diversas ampliações e modernizações, particularmente no contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa, quando foi reforçado por baluartes conforme projeto do engenheiro-militar e arquiteto francês Nicolau de Langres, aprovado pelo engenheiro e cosmógrafo-mor do reino, Luís Serrão Pimentel, e pelo general Agostinho de Andrade Freire (em 1644).
No período de 1669 a 1679 as obras foram dirigidas pelos engenheiros João Coutinho, Diogo de Brito de Castanheira e Manuel Almeida Falcão, porém nunca chegaram a ser concluídas. Cerca de um século mais tarde, parte das suas muralhas foi demolida e a sua pedra reutilizada na construção da nova igreja do, hoje extinto, Colégio dos Jesuítas, para sede do Paço Episcopal (1790).
No início do século XIX, com a eclosão da Guerra Peninsular, a cidade de Beja opôs séria resistência às tropas invasoras de Napoleão. Como resultado, as forças sob o comando do general Jean-Andoche Junot, mataram cerca de 1.200 pessoas na região (em 1808).
Poucos anos mais tarde, subsistindo a maior parte das obras seiscentistas, as Guerras Liberais fizeram novas vítimas entre a população. Ainda no século XIX, uma catástrofe arrasou parte do perímetro defensivo do castelo, havendo notícia da reconstrução, em 1867, da chamada Porta de Moura e da demolição, em 1893, da Porta Nova de Évora.
No século XX, a partir de 1938 inicia-se a intervenção por parte da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), com a desobstrução e consolidação das portas de Évora e a reconstrução da cobertura da alcáçova. Duas décadas mais tarde, iniciam-se as campanhas de consolidação dos troços das muralhas (1958, 1959-1962, 1969, 1970-1973, 1980, 1981 e 1982) e de recuperação da Torre de menagem (1965, 1969, 1981).