Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Monção" - 30/04/2023
O Castelo de Monção é um castelo medieval que se localiza na vila raiana de Monção (distrito de Viana do Castelo, antiga província de Minho, Norte de Portugal), fronte a vila galega de Salvaterra de Minho erigido na margem esquerda do rio Minho, tinha como função primitiva defender neste estreito a passagem do Río Minho.
Castelo de Arquitetura militar, seiscentista. Fortaleza fronteiriça de planta poligonal composta por 10 baluartes, irregulares e dispostos assimetricamente, e um meio-baluarte a Noroeste, virando-se este e seis baluartes ao rio, a Norte, e os restantes a terra, sendo unidos por cortinas predominantemente retas.
Paramentos das cortinas e baluartes em talude, com a escarpa exterior de duas secções escalonadas, em alvenaria de pedra irregular, e cunhais aparelhados, coroados por cordão e parapeito liso ou com canhoneiras na linha baixa de defesa, tendo nos ângulos flanqueados guaritas facetadas, assentes em mísulas facetadas, tal como a cobertura em cúpula.
Possui três portas, a de Salvaterra, inicialmente com ponte levadiça, com arco de volta perfeita entre duplas pilastras toscanas, suportando frontão semicircular, com brasão nacional no tímpano; a porta do Rosal, em arco de volta perfeita assente nos pés-direitos, encimada por guarita, com trânsito rasgado por frestas de tiro, porta dupla, coberto por abóbada de berço e flanqueado por casamatas, acedidas por portais a partir do trânsito ou pelo terrapleno, onde são contrafortados.
As portas das Caldas duas poternas em arco de volta perfeita sobre os pés-direitos, com trânsitos igualmente abobadados. Paiol do Rosal com célula de armazenamento de planta retangular, interiormente abobadada e cobertura em lajes de granito, envolvida por anteparo de proteção, alto, rasgado por portal central em arco de volta perfeita, sobre impostas salientes.
Juntamente com a fortaleza de Viana, Caminha e Valença, constitui uma das quatro grandes fortalezas em que assentava a antiga defesa do noroeste português, estruturada em vilas muralhadas na época medieval, e mais tarde transformadas em praças de configuração abaluartada, a qual era complementada com pequenos fortes.
A cerca muralhada medieval nunca possuiu castelo, tendo-se conservada dois panos de muralha da barbacã integrados no perímetro norte da praça, voltados ao rio, e onde ainda subsiste, quase cinco metros abaixo do nível da rua, a porta (entaipada) de acesso ao porto fluvial, com arco quebrado de aduelas largas sobre os pés-direitos. Em princípio, a fortificação moderna foi delineada por Miguel de Lescole e levado a efeito sob a direção de Manuel Pinto Vilalobos.
O traçado da cintura fortificada é muito irregular, sendo composta por baluartes de configuração diversa, sendo os do lado Sul, virados a terra, de maior dimensão, mais possantes e com as faces dos baluartes e cortinas intermédias com falsas-bragas, contrastando com os dispostos a norte, que apenas excepcionalmente, têm esses dois níveis de defesa.