Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Serpa" - 11/06/2023
O castelo ergue-se no centro histórico da povoação, a duzentos e trinta metros acima do nível do mar. No plano mais elevado, junto à muralha, a norte, implanta-se a alcáçova, de planta quadrangular. A cerca da vila apresenta planta ovalada, reforçada por cubelos e torres de planta quadrangular e semicircular, rematada por merlões prismáticos.
Nela se rasgavam originalmente três portões monumentais (Porta de Moura, a nordeste, Porta de Beja, a noroeste e a Porta de Sevilha a sul, esta última hoje desaparecida) flanqueados por dois torreões cilíndricos chanfrados, estes com merlões de remate pentagonal.
O pano oeste das muralhas é encimado por um aqueduto assente em arcada de vão redondo, unindo o Palácio dos Condes de Ficalho, do lado norte e uma gigantesca nora assente num poço, junto ao ângulo sudeste, construída no século XVII para abastecer o palácio. Em período posterior foram abertas a Porta da Corredoura e a Porta Nova.
A muralha da alcáçova é reforçada pela Torre de Menagem, de planta quadrangular, adossada ao pano sul, de que resta a parte inferior; por um cubelo de planta semicircular pelo mesmo lado e por uma torre de planta retangular no ângulo sudeste, junto à qual é ainda visível uma parte da barbacã que a envolvia. Ali se encontra instalado o Museu Arqueológico de Serpa, expondo os testemunhos recuperados na região do Concelho, do Paleolítico, do Neolítico, da Idade dos Metais e da época romana.
Na praça fronteira à Igreja Matriz de Santa Maria (antiga mesquita muçulmana) ergue-se a chamada Torre do Relógio, de planta quadrangular, onde se ergue a sineira, com coruchéus de remate cônico rodeados por merlões chanfrados. Vestígio da cerca da vila, foi transformada em relógio em 1440, constituindo-se na terceira torre relojoeira mais antiga do país.
Inserido no pano das muralhas inscreve-se o Palácio dos Condes de Ficalho, em estilo maneirista, iniciado por Dom Francisco de Melo, alcaide-mor de Serpa no final do século XVI e prosseguido por seus filhos, Dom Pedro de Melo, governador da Capitania do Rio de Janeiro (1662-1666), e Dom António Martim de Melo, bispo da Guarda.