Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Amieira" - 09/07/2023
No século XV, foram procedidas pequenas obras de modernização sob o reinado de Dom João II e de Dom Manuel I, fase em que teria servido como prisão. Data do século XVI a construção de uma capela, sob a invocação de São João Batista (1556). À época da guerra da Restauração da Independência foram erguidas edificações residenciais no interior do recinto do castelo que, abaladas pelo terremoto de 1755, já se encontravam em ruínas em 1747, segundo relato do padre Luís Cardoso. Nessa época tentou-se a recuperação parcial da Torre de Menagem.
Em meados do século XIX, possivelmente em virtude do decreto que proibiu os sepultamentos dentro do recinto das igrejas em Portugal (1846), a praça de armas do castelo passou a ser utilizada como cemitério pela população da vila. Já no século XX, na década de 1920, as dependências do castelo passaram para a responsabilidade do Ministério da Guerra, com quem a Junta de Freguesia celebrou um contrato de arrendamento que lhe permitiu usufruir do monumento.
Classificado como Monumento Nacional pelo Decreto n° 8.447, publicado em 10 de Novembro de 1922, na década de 1940 foi objeto de intervenção de consolidação e restauro pela Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), mantendo-se em boas de condições de conservação até aos nossos dias.
O Castelo de Amieira é de pequenas dimensões, com planta no formato retangular, é considerado um modelo de castelo português no estilo gótico. As muralhas, ameadas, são reforçadas nos ângulos por quatro sólidas torres e pela Torre de Menagem, de maiores proporções, com planta quadrangular, defendendo a porta da barbacã.
Esta torre possui janelas, sendo uma geminada e outra com arco pontiagudo e moldura de toros. No interior, abre-se a praça de armas. No exterior, o conjunto é completado por fosso (hoje aterrado) e uma sólida barbacã de planta quadrangular, de muros ameados.
Fora dos muros, mas adossada a uma das torres, ergue-se a Capela de São João Baptista com portão em arco de volta perfeita com aduelas almofadadas. No interior, apresenta abóbada de caixotões decorada com grotescos e uma imagem do padroeiro, além de um retábulo tardo-renascentista.