Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Celorico da Beira" - 10/09/2023
Acredita-se que a sua fortificação remonte à época romana, com base em uma inscrição latina encontrada em 1635, de paradeiro atualmente desconhecido. São referidos os nomes dos capitães romanos Nigro, Sérvio e Junio, à época do imperador César Augusto (27 a.C.-14 d.C.).
Ocupada pelos Muçulmanos, à época da Reconquista cristã da Península Ibérica, sob o reinado de D. Afonso Henriques, foi conquistada por D. Moninho Dola. Visando incentivar o seu povoamento e defesa, o soberano outorgou-lhe foral, atribuindo-se à Ordem dos Templários a direção dos trabalhos de reedificação do castelo.
Certamente partilhou do destino da vizinha Trancoso, saqueada quando da ofensiva muçulmana de 1140, que já havia arrasado o primeiro Castelo de Leiria. Do mesmo modo, teria sido socorrido pelas forças de D. Afonso Henriques, que, após repelir os agressores, determinou a recomposição das defesas e do Castelo de Trancoso. Integravam aquela linha lindeira beirã, à época, além do de Trancoso, o Castelo de Celorico da Beira e o Castelo de Linhares da Beira.
No ano de 1198 sofreu o cerco que lhe foi imposto pelas tropas do rei Afonso IX de Leão, no contexto das hostilidades contra o rei D. Sancho I. Foi socorrido pelas gentes do Castelo de Linhares, sob o comando do próprio alcaide D. Rodrigo Mendes, irmão do de Celorico, D. Gonçalo Mendes.
O foral de Celorico da Beira foi confirmado por D. Afonso II em 1217. O seu sucessor, D. Sancho II, ampliou-lhe as defesas. Tendo o seu alcaide, Fernão Rodrigues Pacheco, jurado lealdade ao soberano português, sofreu o cerco que lhe foi imposto pelas tropas do conde de Bolonha (1246). O fato se repetiria durante a crise de 1383-1385, quando forças de Castela, invadindo Portugal, de passagem por Celorico da Beira, assaltaram o seu castelo (1385).
Durante o século XIV, o castelo sofreu obras de modernização e reforço sob o reinado de D. Dinis (1279-1325), sob o de D. Fernando (1367-1383) e, no século XV, sob o de D. Manuel I (1495-1521). Este soberano concedeu Foral Novo à vila em 1 de julho de 1512. Dataria deste período a construção de um passadiço de comunicação com o chamado Poço d'El Rei. No contexto da Guerra da Restauração da independência foram-lhe procedidos reparos, bem como erguido um baluarte adaptado aos modernos tiros da artilharia.