Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Ródão" - 26/11/2023
O Castelo de Ródão, também referido como Castelo do Rei Vamba, é um castelo situado na freguesia e município de Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco, província da Beira Baixa, em Portugal. Castelo construído no final do séc. 12 / início do séc. 13, pela Ordem do Templo, após a doação da Herdade da Açafa, em 1999, num local de grande importância estratégica, sobre o rio Tejo e as denominadas Portas do Ródão, integrando-se na linha defensiva do vale do Tejo.
Era composto por circuito muralhado, de planta trapezoidal irregular, com paramentos aprumados, de que conserva atualmente dois panos de muralha, já sem remate, e por torre de menagem no interior do recinto, sobre o local mais elevado, seguindo o esquema dos castelos românicos.
A torre de menagem de planta retangular, com paramentos aprumados em alvenaria de pedra e cunhais ciclópicos, devia ter três pisos, ainda que hoje só conserve dois, pois o Tombo de 1505 refere ter dois pisos sobradados, o inferior cego, e acesso sobrelevado, virado ao rio, por portal em arco apontado.
De provável feitura trecentista, com tímpano inscrito e siglado. As restantes fachadas são rasgadas por seteiras retilíneas muito pequenas. No interior, o pavimento do segundo piso apoiava-se na espessura do muro, que é mais grosso inferiormente, criando ressalto. Com o avanço da fronteira para sul, o castelo de Ródão perdeu importância e foi abandonado, tendo no início do séc. 16 as muralhas já derrubadas "por partes" e a torre sem pisos. Contudo, volta a adquirir valor estratégico na Guerra dos Sete Anos (1756-1763) e na Guerra Peninsular (1807-1814), sendo reformado nessas épocas e construindo-se baterias no local e na encosta.
O Castelo tem recinto muralhado, de planta trapezoidal irregular, com paramentos aprumados em alvenaria de quartzito argamassada, sem remate e com alguns troços muito derruídos, conservando-se, no entanto, dois panos de muralhas justapostos. O pano exterior tem cerca de 1,85m de espessura e o pano interior tem 0,90m. No ângulo nordeste do recinto, implanta-se a torre, de planta retangular e volume paralelepipédico, atualmente sem cobertura.
Apresenta paramentos aprumados, com cerca de 15m de altura, em alvenaria de pedra argamassada e cunhais ciclópicos, sem remate. A fachada principal surge virada a sul e ao Tejo, tendo no piso térreo amplo vão (com 2,80m de altura e 1,80m de largura) aberto recentemente, e o segundo rasgado por portal sobrelevado, em arco apontado sobre os pés direitos, com o tímpano inscrito e gravado por cruz da Ordem do Templo, criando verga reta. Numa das aduelas do lado direito existe sigla de canteiro em "S" colocada horizontalmente.