Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Valongo" - 10/12/2023
O Castelo de Valongo, também referido como Castelo Real de Montoito, no Alentejo, localiza-se na freguesia de Nossa Senhora de Machede, no município e distrito de Évora, em Portugal. Ergue-se em posição dominante sobre uma elevação na Herdade da Grã, próximo ao ribeiro da vila. O Castelo de Valongo está classificado como Monumento Nacional desde 1910.
De arquitetura residencial, militar, gótica e manuelina. Pequeno Castelo de planta central, quadrada, com torres nos ângulos, conjugando as funções de paço senhorial e castelo. A edificação medieval, sofreu intervenções quinhentistas nomeadamente a escadaria, coberturas ogivais e vãos de sacada com molduras de recorte manuelino.
As argamassas tradicionais utilizadas nas alvenarias de alçados, em particular ao nível do arranque dos mesmos, são utilizadas em outros monumentos da região. Monumento singular na arquitetura militar medieval em Portugal, é uma interessante solução de compromisso entre o paço senhorial e o castelo, rara para a época provável de edificação. A escadaria é enrolada em caixa.
Planta quadrangular regular, composta pela articulação horizontal e ortogonal entre quatro lanços de paramento de muralha com quatro torreões de planta quadrada, que os ligam nos vértices de encontro, respectivamente a nordeste, sudeste, sudoeste e norte. Coberturas diferenciadas para cada um dos torreões, de adarve defendido por ameias.
A fachada principal, onde se rasga amplo pórtico de arco quebrado, vira a leste e constitui-se pela articulação horizontal do paramento este com a torre de menagem no ângulo nordeste e com o cubelo do ângulo sudeste. As restantes fachadas, cegas, apenas rasgadas por estreitas frestas, constituem-se igualmente pela articulação horizontal dos respectivos paramentos com os cubelos de remate dos ângulos.
A Torre de Menagem tem fachada orientada a oeste, onde se rasga o pórtico acessível por escadaria. No interior tem uma torre de menagem com três pisos alçados sobre abóbadas ogivais de tijolo, o último de adarve. A escadaria enrolada em caixa autónoma, ressaltando no ângulo sudoeste, que ascende a três vastos salões, iluminados por estreitos vãos que olham sobre o horizonte a sul.