Por: Nelson de Paula.
"CASTELO DE FREIXO DE ESPADA À CINTA" - 11/02/2024
Durante o século XV, são registadas obras no castelo entre 1412 e 1423, e entre 1435 e 1459, eventualmente visando adaptar o castelo à função de Paço para a habitação dos seus alcaides. A povoação e seu castelo encontram-se figurados por Duarte de Armas no seu Livro das Fortalezas, destacando-se a cerca da vila reforçada por diversas torres, de planta hexagonal e pentagonal, dispostas a intervalos regulares, a maioria ostentando balcões de Mata-cães, e o castelo cercado pela barbacã. As obras, neste período, estavam sob a responsabilidade do mestre biscainho Pero Lopes.
Embora sejam escassas as notícias sobre este monumento, ele esteve em atividade até ao século XIX, quando, estando perdida a sua função militar, o seu recinto foi utilizado como Cemitério municipal (1836), com a demolição de alguns troços da muralha. Destacam-se, atualmente bem conservados, os restos das antigas muralhas e a torre que o caracteriza.
A tipologia deste castelo medieval, em estilo gótico, apresenta semelhanças com a dos de Alva, Mós e Urrós. A antiga Torre de Menagem, figurada por Duarte de Armas juntamente com a torre heptagonal, não chegou aos nossos dias.
Os remanescentes do castelo são dominados por uma torre de planta heptagonal irregular, em "opus vittatum", que alguns autores sustentam (indevidamente) tratar-se da Torre de Menagem atribuindo-a uns ao reinado de D. Dinis, outros ao de D. Fernando.
Os moradores denominam-na simplesmente como Torre do Galo ou Torre do Relógio. Elevando-se a 25 metros de altura, é acedida por uma porta em arco quebrado.
O seu interior é dividido em três pavimentos, com abóbadas em arcaria, acedidos por escada, iluminados por pequenas frestas nos muros. No alto, destaca-se um balcão corrido sustentado por cachorrada. O conjunto culmina com uma torre sineira quadrangular, com cobertura em forma de agulha, tendo nos cunhais pequenas pirâmides boleadas.