Por: Nelson de Paula.
"CASTELO DE LANHOSO" - 14/04/2024
O Castelo de Lanhoso, também referido como Castelo da Póvoa de Lanhoso, localiza-se na freguesia de Póvoa de Lanhoso, município do mesmo nome, distrito de Braga, em Portugal. Embora bastante descaracterizado, é um dos mais imponentes castelos portugueses, contabilizando a expressiva marca de 100 mil visitantes entre 1996 e 2006, um destaque no circuito turístico regional.
Erguido no topo do Monte do Pilar — o maior monólito granítico da península Ibérica —, isolado na divisa dos vales dos rios Ave e Cávado, dentro dos seus muros foi erguido um santuário seiscentista, utilizando a própria pedra das antigas muralhas. A meia encosta, no seu acesso, podem ser apreciados os vestígios de um antigo castro romanizado. A tradição refere que neste castelo se refugiou, por duas vezes, a condessa Teresa de Leão, mãe de D. Afonso Henriques. O Castelo de Lanhoso está classificado como Monumento Nacional desde 1910.
A primitiva ocupação humana do sopé do monte onde o castelo se ergue remonta à pré-história, durante o período calcolítico, conforme atestado pela recente pesquisa arqueológica. Após a invasão romana da Península Ibérica, vizinho da estrada que ligava Bracara Augusta (atual Braga), Aquae Flaviae (hoje Chaves) e Astorga pelo sul do rio Cávado, aqui foi erguida uma torre militar.
Entre o século X e o século XI, a antiga fortificação romana encontrava-se reduzida aos seus alicerces. O arcebispo D. Pedro (I) de Braga (1071-1091), visando a defesa avançada da sede episcopal de Braga, determinou a construção do castelo, conforme placa epigráfica no silhar, acompanhando os alicerces e o perímetro da primitiva fortificação.
Nesta defesa se refugiou Teresa de Leão, viúva do conde D. Henrique e mãe de D. Afonso Henriques, quando foi atacada pelas forças de sua meia-irmã, D. Urraca, rainha de Leão. Aqui cercada pelas tropas de D. Urraca (1121), D. Teresa conseguiu negociar um acordo - o Tratado de Lanhoso – graças ao qual salvou a chefia do seu condado.
Mais tarde, D. Teresa para lá retornou, segundo a tradição, detida por seu próprio filho após a Batalha de São Mamede (1128), o que é contestado pela moderna historiografia, que aponta ter esta senhora verdadeiramente falecido na Galiza (1130).