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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"CASTELO DE CASTELO MELHOR" - 19/05/2024

O Castelo de Castelo Melhor localiza-se na freguesia e vila de mesmo nome, município de Vila Nova de Foz Côa, distrito da Guarda, em Portugal. Em posição dominante no alto de um monte, atualmente cercado pelo arvoredo, constituía um castelo secundário, acessório na defesa do território de Ribacôa. O Castelo de Castelo Melhor está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1982. Acredita-se que a primitiva ocupação deste local remonte a um castro pré-romano.

Coroando o monte, o castelo apresenta planta circular, com a muralha desprovida de merlões, reforçada por três cubelos. Nela se rasga a porta, em arco quebrado. No interior, na praça de armas, abre-se uma cisterna de planta circular. A vila, orientada por duas ruas principais, ao longo dos séculos veio a ultrapassar os muros. Em sua pequena praça central, destaca-se a igreja.

O castelo de Castelo Melhor é um dos melhores exemplos de fortaleza medieval secundária, erguida numa das zonas mais periféricas dos reinos peninsulares. A obra original é leonesa e remonta aos inícios do século XIII, altura a que corresponde uma intensa fortificação da linha de Riba-Côa, zona constantemente disputada pelos monarcas português e castelhano.

Foi neste contexto que Afonso VII, em 1209 ou 1210, mandou construir a fortaleza, dando-lhe simultaneamente foral, numa tentativa de consolidação populacional e militar, que se veio a revelar de relativa importância nos dois séculos seguintes.

Menos de um século depois, com o Tratado de Alcanices (1297), Castelo Melhor passou para a coroa portuguesa, integrando, a partir daí, a raia nacional. Dom Dinis, como prova de afirmação do novo espaço, empreendeu obras e dotou a vila de um novo quadro administrativo, mas a verdade é que Castelo Melhor não cessou de desempenhar um papel secundário e periférico, mesmo na linha de reforço militar de Riba-Côa.

Deste estatuto menor dão conta as obras patrocinadas por Dom Dinis. Apesar das transformações e ruínas posteriores, que impossibilitam uma melhor análise das obras góticas, elas ter-se-ão limitado à reformulação do "sistema de entrada do castelo, cuja porta passou a estar enquadrada por dois torreões de planta quadrangular", solução muito frequente nos castelos dionisinos, pelo impacto cenográfico e pelo símbolo de autoridade régia que transmitiam.