Por: Nelson de Paula.
"CASTELO DE CASTELO MELHOR" - 26/05/2024
Paralelamente, manteve a estrutura geral do perímetro muralhado, com uma cerca de planta genericamente circular e um só torreão adossado, "voltado ao povoado, protegendo a única vertente por onde o acesso era possível".
A 12 de Junho de 1298, D. Dinis confirmou os foros concedidos por Afonso IX, evitando, assim, qualquer mudança brusca no sistema de vivência e de organização dos homens vinculados à vila, mas não parece sequer ter dotado o castelo de uma torre de menagem.
A história posterior do Castelo de Castelo Melhor é a de uma progressiva decadência. No final do século XIV, no contexto da guerra peninsular empreendida por D. Fernando, há notícias de o conjunto ter sido objeto de algumas beneficiações, certamente tendo em conta a posição estratégica face à linha de fronteira.
Na centúria seguinte, com a associação de algumas das mais importantes famílias nobres às alcaidarias dos castelos, a fortaleza passou para a posse dos Cabral, estirpe que detinha também a alcaidaria de Belmonte. Mas se, em Belmonte, esta família construiu o seu paço, em Castelo Melhor, a ter existido, nada parece ter restado.
Durante a época moderna, a povoação passou a ser sede de condado (1584) e, posteriormente, a cabeça de marquesado (1766), estatutos de prestígio que pouco tiveram que ver com a relevância do seu velho castelo. Integrado no concelho de Almendra (também ele extinto em 1855), Castelo Melhor chegou aos nossos dias como uma das nossas mais impressionantes ruínas medievais de carácter militar.
À margem das grandes intervenções restauracionistas da primeira metade do século XX, constitui um dos poucos castelos não adulterados pelas vagas de restauro e um dos que poderá trazer mais informação acerca da Baixa Idade Média, assim que se efetuem escavações arqueológicas direcionadas para este período.