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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"FORTE DE SÃO FILIPE" - 11/08/2024

O Forte de São Filipe, também conhecido como Castelo de São Filipe e Fortaleza de São Filipe, é uma fortificação localizada em Setúbal, classificada como monumento nacional desde 1933. Localiza-se no Parque Natural da Arrábida. Encontra-se em posição dominante sobre um outeiro, fronteiro à cidade de Setúbal, dominando a foz do rio Sado e o oceano Atlântico, em Portugal.

O sítio de Setúbal vem sendo ocupado desde a pré-história, sucessivamente por fenícios, cartagineses e romanos. Porto atlântico privilegiado, a primeira estrutura defensiva deste importante burgo foi uma muralha iniciada ao tempo do rei D. Afonso IV e concluída no reinado seguinte, sob D. Pedro I, com a função de conter os assaltos de piratas e de corsários oriundos, normalmente, do Norte de África.

O projeto de uma fortificação moderna para defesa deste trecho do litoral português remonta ao século XIV, com a construção do Forte de Santiago do Outão, destinado ao controle da entrada da barra do rio e acesso ao burgo medieval. Visando ampliar essa defesa, no reinado de D. João III , Brás Dias recebeu regimento no cargo de administrador das obras da Praça e Castelo de Setúbal (31 de julho de 1526).

As dificuldades financeiras, que levaram inclusive ao abandono das posições ultramarinas no Norte de África (Praça-forte de Azamor, Praça-forte de Arzila, Praça-forte de Alcácer-Ceguer e Praça-forte de Safim), terão atrasado o desenvolvimento desses trabalhos.

Retomado à época da dinastia Filipina, a sua relevância é demonstrada pelo fato de que o próprio soberano D. Filipe I assistiu em pessoa, em 1582, ao lançamento da pedra fundamental da nova fortificação, com traça do arquiteto e engenheiro militar italiano Filippo Terzi.

Este engenheiro teria trabalhado nessas obras até meados de 1594, quando assinou uma planta e corte da fortificação (8 de julho de 1594), remetida ao Conselho de Guerra espanhol. Com o seu falecimento, foi designado para as obras o engenheiro militar e arquiteto cremonense Leonardo Torriani, que as teria dado como concluídas em 1600.