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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"CASTELO DE ALTER DO CHÃO" - 01/09/2024

Não admira, que o seu castelo tenha sido uma das fortalezas cristãs mais relevantes, integrando o movimento de reconquista do Alto Alentejo desde a primeira hora. Conquistada na segunda década do século XIII, foi imediatamente ordenado o seu povoamento por D. Afonso II (1216), estando este processo já em plena marcha em 1232, ano que o bispo de Guarda, detentor do território, passou carta de povoamento à vila.

No contexto da Reconquista cristã da Península Ibérica, esta região foi ocupada pelas forças de Portugal desde a segunda década do século XIII: Afonso II ordena o seu repovoamento em 1216. Sob o reinado de Sancho II, o castelo já é mencionado, na Carta de Povoamento dada a Alter do Chão pelo bispo da Guarda, Mestre Vicente Hispano (1232). Ainda visando incrementar o seu povoamento, o rei Afonso III outorgou foral à povoação (1249), determinando reedificar o seu castelo.

D. Dinis , visitou esta povoação em diversas ocasiões, outorgando-lhe novo Foral (26 de agosto de 1292), reformado no ano seguinte, concedendo-lhe entre os privilégios, em particular, o de que nunca teria outro senhor senão o próprio soberano. Não existe informação, entretanto, de que tenha se ocupado da fortificação da vila.

A atual conformação do castelo remonta ao reinado de Pedro I, que determinou a sua reconstrução em 22 de setembro de 1357, de acordo com a placa epigráfica de mármore sobre o portão principal. O soberano reformou o Foral da vila em 1359. Fernando I fez doação dos domínios da vila a Nuno Álvares Pereira, que por sua vez os doou a Gonçalo Eanes de Abreu.

Sob o reinado de João I, este monarca confirmou os domínios da vila e seu castelo ao Condestável Nuno Álvares Pereira (1428). Este legou-o, por morte, à sua filha, que o transferiu, por casamento com o duque de Bragança, aos domínios desta Casa. Neste momento de sucessão, registrou-se uma campanha de obras no castelo (1432).

À época do reinado de João II, o então duque de Bragança, Fernando II, utilizou este castelo como prisão, argumento que viria a ser usado contra si quando das acusações por rebeldia e conspiração contra o soberano e que o condenaram à morte. Manuel I outorgou o Foral Novo à vila (1 de junho de 1512), datando deste período a construção da porta adintelada da alcaidaria.

À época da Guerra da Restauração, foi erguida uma barbeta na muralha Nordeste, sobre a qual se reconstruíram as ameias. Neste período encontra-se documentada a existência de uma cerca urbana.

A vila e seu castelo foram conquistados e ocupados por tropas espanholas sob o comando de João de Áustria (1662). O castelo foi adquirido, em algum momento entre 1830 e 1840, por José Barreto Castelino Cota Falcão, que o vendeu, em 1892, a José Barahona Caldeira de Castel-Branco Cordovil.