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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"CASTELO DE OURÉM" - 29/09/2024

O Castelo de Ourém, também conhecido como Paço dos Condes de Ourém, localiza-se na cidade de mesmo nome, freguesia de Nossa Senhora das Misericórdias, município de Ourém, distrito de Santarém, em Portugal. Em posição dominante sobre a vila medieval e a ribeira de Seiça, é considerado um dos mais belos castelos portugueses. O Castelo de Ourém está classificado como Monumento Nacional desde 1910.

Embora as informações acerca da primitiva ocupação humana de seu sítio sejam escassas, a sua localização e características particulares (em torno de uma fonte de água) levam os estudiosos a acreditar que tenha se desenvolvido desde a pré-história, sucessivamente ocupado por Romanos, Visigodos e Muçulmanos. Estes últimos aí terão erguido uma fortificação.

À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, incorporada à região aos domínios de Portugal, a toponímia Portus de Auren ou Portum Ourens encontra-se mencionada como termo de Leiria, na Carta de Foral passada a esta vila em 1142. Essa toponímia também consta no documento de doação do Castelo de Cera à Ordem dos Templários (1159), e num documento do Bispo de Lisboa a D. Afonso Henriques sobre uma disputa territorial com os Templários (1167).

Acredita-se, desse modo, que a primitiva povoação se localizasse num dos vaus da ribeira de Seiça, provavelmente em algum ponto entre as atuais Sabacheira e Seiça. A antiga fortificação muçulmana deverá ter sido reconstruída nos primeiros tempos da monarquia, uma vez que a primeira referência a um castelo de planta triangular no alto do monte remonta a 1178.

A povoação e seus domínios foram doados por D. Afonso Henriques a sua filha, D. Teresa, em data anterior a 1180, visto que neste ano a infanta lhe outorgou Carta de Foral. Em seu testamento, em 1183, se esclarece que o local se denominava anteriormente Abdegas: "Aprouve-me fazer testamento do eclesiástico de Auren, que antes se chamava Abdegas".

O rei D. Afonso II (1211-1223) confirmou o foral dado pela infanta à vila. Diante do casamento de D. Sancho II (1223-1248) com D. Mécia Lopes de Haro (anteriormente a 1245), preocupados com a descendência ilegítima que poderia advir desta união entre primos, os partidários do infante D. Afonso, encabeçados por Raimundo Viegas Portocarrero, raptaram-na, levando-a para o Castelo de Ourém, que resistiu ao cerco das forças do soberano (1246). D. Mécia retirou-se pouco depois para Castela, tendo se intitulado, até à morte, rainha de Portugal.