Por: Nelson de Paula.
"CASTELO DE OURÉM" - 06/10/2024
O rei D. Dinis doou a vila e o respectivo castelo à sua esposa, a rainha Santa Isabel em 1282. Diante do fraco povoamento, entretanto, esses domínios reverteram para a Coroa, sendo doados, em 1299, a Martim Lourenço da Cerveira, com obrigação de os povoar. Sob o reinado de D. Pedro I, o termo da vila foi elevado a condado, sendo 1.° conde de Ourém o nobre D. João Afonso Telo de Menezes.
Quando da eclosão da crise de 1383-1385, a povoação e seu castelo, governados pelo conde de Barcelos, D. João Afonso Telo de Menezes, irmão da rainha viúva D. Leonor Teles, tomaram o partido por D. Beatriz. Foram conquistados pelas forças do Mestre de Avis, no início do Verão de 1384.
Data do século XV a fase de grande esplendor da vila, sob a direção de D. Afonso, 4.° conde de Ourém, que promoveu grandes reformas no conjunto do castelo medieval, fazendo erguer ainda o edifício do Paço e a Igreja da Colegiada.
O conjunto defensivo foi vítima do terremoto de 1755, que lhe causou danos. Posteriormente, no contexto da Guerra Peninsular, sofreu extensos danos causados quando da ocupação da vila pelas tropas napoleónicas sob o comando do general André Masséna (1810).
Classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de junho de 1910, o conjunto foi posteriormente restaurado pela Fundação da Casa de Bragança. A Vila Nova de Ourém foi elevada a cidade de Ourém em 16 de agosto de 1991.
A Câmara Municipal de Ourém e Fundação Casa de Bragança foram quem promoveram obras de reabilitação, que ficaram concluídas em julho de 2021. Nas obras foi colocado novo pavimento, em soalho de madeira de castanho, ao nível do piso 0, onde se verificavam irregularidades no pavimento, e em parte do piso 1 (a nascente), sobre as paredes divisórias em pedra.
Foram reutilizados os cachorros de pedra, bem como os negativos nas paredes, para apoio de vigas e barrotes de madeira. Garantiu-se a reversibilidade de materiais e técnicas assegurando a integridade física e restituindo a homogeneidade e as características inerentes à sua concepção e construção, garantindo assim a sua salvaguarda para o futuro. Foram ainda encerrados vãos com caixilhos em latão e vidro, reposta a cobertura do edifício e introduzidas novas estruturas técnicas.
À entrada do edifício, foi recuperado o vão de entrada, composto por pedra irregular, tendo ali sido introduzido uma nova soleira em pedra, um patamar em gradil de latão e uma porta de madeira em riga velha. Foi também acrescentado um guarda-vento em latão.