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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"CASTELO DE OURÉM" - 13/10/2024

A nova cobertura do Paço é constituída por junta agrafada de zinco, incluindo isolamento e impermeabilização, colocada sobre o forro de madeira de castanho e das novas vigas, apoiadas sobre os cachorros de pedra existentes. O espaço é dotado de pendentes adequadas para encaminhar as águas pluviais até um segundo conjunto de gárgulas, também em bronze mas de seção circular.

Luminárias suspensas dos tetos providenciam a iluminação, não afetando as paredes, acentuando ainda o caráter museológico do espaço. O Paço de Ourém é assim um espaço equipado com sistema apropriado à exibição dos conteúdos museológicos, de caráter temporário ou definitivo.

Esse sistema é constituído por estruturas flexíveis e modulares, amovíveis, que permitem formar paredes autoportantes, para exposição de peças na vertical, ou criar suportes horizontais, em forma de mesas contínuas. O castelo ergue-se no topo de uma colina, na cota de 330 metros acima do nível do mar. Apresenta planta no formato triangular irregular, com torres nos vértices.

Ao centro da sua praça de armas abre-se uma cisterna de planta ogival, alimentada por uma fonte. A torre Noroeste é conhecida como Torre de Dona Mécia, por ali ter sido confinada aquela infortunada esposa de D. Sancho II. No lado Norte do castelo abre-se o Terreiro de Santiago, com uma estátua do Condestável D. Nuno Álvares Pereira ao centro.

No conjunto destacam-se ainda: - O Paço do Condes, que foi utilizado como residência oficial do conde D. Afonso. - Os torreões de entrada, erguidos por volta de 1450. - A Igreja da Colegiada onde se destaca a cripta. - A fonte em estilo gótico. - O Pelourinho em estilo barroco.

A Igreja da Colegiada de Nossa Senhora da Misericórdia foi fundada por D. Afonso Henriques. O Conde D. Afonso (4.º Conde de Ourém) remodelou e ampliou a igreja (1445), instituindo nela a Colegiada de Nossa Senhora das Misericórdias.

O terremoto de 1755 destruiu a igreja na sua quase totalidade, tendo sobrevivido apenas a parte posterior da abside e a cripta, uma notável sala subterrânea (localizada sob a Capela-Mor) que apresenta semelhanças estruturais com a Sinagoga de Tomar.

Este espaço, de teto abobadado apoiado em seis colunas com capitéis lavrados com motivos vegetalistas e geométricos, alberga o túmulo do Conde D. Afonso (o corpo foi trasladado para aqui em 1487), da autoria do escultor quatrocentista Diogo Pires-o-Velho, assinale-se a excepcional qualidade da escultura jacente e do minucioso trabalho em pedra que decora as suas quatro faces. A reconstrução do templo data de 1758-1770, apresentando uma estrutura simples com decoração barroca.