Por: Nelson de Paula.
"CASTELO DE MONTALEGRE" - 06/04/2025
O Castelo de Montalegre localiza-se na freguesia Montalegre e Padroso, município de Montalegre, Distrito de Vila Real, em Portugal. No topo de um monte granítico, de onde se descortinam as serras do Gerês (a Oeste) e do Larouco (a Leste) e o curso do rio Cávado (a Norte), o castelo domina a povoação, a poucos quilómetros da fronteira com a Galiza. Juntamente com o Castelo da Piconha, próximo de Tourém, e o Castelo de Portelo, em Sendim (Padornelos). O Castelo de Montalegre está classificado como Monumento Nacional desde 1910.
Acredita-se que o povoamento humano de seu sítio remonte a um castro pré-histórico, sucessivamente ocupado por Romanos (conforme testemunho de moedas e lápides recuperadas na área), Suevos desde 411 e anexado pelos Visigodos em 585. Posteriormente foi atacado pelos muçulmanos várias vezes, na época da Reconquista cristã da Península Ibérica, desde os meados do século VIII. Veio a integrar os domínios do Gallaeciense Regnum até a independência do Reino de Portugal. Desde esse momento faz parte de Portugal até o dia de hoje.
Território compreendido nos domínios do reino de Portugal desde a sua independência, a povoação recebeu Carta de Foral de D. Afonso III, em 9 de Junho de 1273, tornando-se cabeça das chamadas Terras de Barroso, época em que a construção do castelo deve ter sido iniciada, atravessando o reinado de D. Dinis – que garantiu à vila substanciais privilégios em 1289, visando o seu povoamento -, para ser concluída, em 1331, no de D. Afonso IV, conforme inscrição epigráfica no sopé da torre sul.
À época da crise de 1383-1385, a vila e seu castelo tomaram partido por D. Beatriz, para serem incorporados, após a batalha de Aljubarrota, pelas forças de D. João I no contexto da campanha a Chaves e ao norte de Portugal. Nesse contexto, as terras de Barroso foram oferecidas ao Condestável, D. Nuno Álvares Pereira.
Sob o reinado de D. Manuel I, a povoação e seu castelo receberam o Foral Novo em 1515. Um complemento à inscrição epigráfica na torre sul informa-nos que obras de reparo foram concluídas pelo licenciado Manuel Antunes de Viana em 1580.
No contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa, recuperado o seu valor estratégico-defensivo na raia, o castelo recebeu obras de modernização visando adaptá-lo aos então modernos tiros da artilharia. O terremoto de 1755 não causou maiores danos ao castelo do que os da queda de uma das ameias, conforme consta das Memórias Paroquiais de 1758.