Por: Nelson de Paula.
"CASTELO DE LAGOS" - 11/05/2025
Em 2018, a Câmara de Lagos lançou um concurso para obras de remodelação na zona nascente das muralhas de Lagos, junto ao Jardim da Constituição, e que engloba o Torreão da Ribeira, as duas torres albarrãs na Porta de São Gonçalo, a fachada Sul do Castelo dos Governadores mais o seu revelim, e o pano de muralha desde o primeiro torreão até ao Castelo dos Governadores.
Em abril de 2019, a Revista Municipal de Lagos noticiou que a autarquia tinha aprovado mais duas intervenções nas muralhas, que consistiam na manutenção na Rua da Barroca, e na recuperação do lance nascente das muralhas. No final de 2019, foi aprovado o Orçamento e Plano de Atividades para 2020 da Câmara Municipal, sendo uma das intervenções previstas o prosseguimento das obras de conservação das muralhas da cidade.
O conjunto das defesas da cidade apresenta planta incompleta no formato de um pentágono irregular, marcado por nove baluartes de planta quadrada e/ou pentagonal e cinco vias de acesso. Diferentemente de outros conjuntos, não se localiza em posição dominante no terreno, mas sim junto à ria. Nele ocorre a interseção de duas cintas de muralhas de diferentes períodos construtivos, onde restam:
• A Cerca Medieval, com paredes mais espessas (com 2 metros de largura por alturas que variam de 7,5 a 10 metros), percorrida por adarve, encimada por ameias e seteiras, desenvolve-se desde o Palácio dos Governadores até à Porta de São Gonçalo e ao Baluarte da Torre do Trem. Este troço, segue, com interrupções, para sul, até à Porta da Vila, que se abre para o lado de terra. Inclui igualmente o revelim do Castelo dos Governadores e o Torreão da Ribeira.
• A outra é a Cerca Nova, com características do estilo renascentista, que se desenvolve pelo lado de terra, para oeste, partindo do Baluarte de Santa Maria e prosseguindo para o Baluarte da Praça de Armas, o Baluarte da Conceição e o Baluarte da Alcaria. A partir deste último, o circuito inflete para norte, alcançando o Baluarte da Porta dos Quartos, o Baluarte de Santo Amaro e o Baluarte de São Francisco.
Entre os baluartes sobreviventes, destaca-se o da Alcaria, que é o que está na posição mais saliente do lado ocidental, e que forma uma torre elevada quadrangular, com uma rampa de acesso às muralhas, e dois orelhões de grandes dimensões. No lado poente das muralhas, dois dos baluartes, o da Porta dos Quartos e de São Francisco, apresentam parapeitos apropriados para o uso de artilharia.